A bicicleta de Inês Murta no deserto

Créditos: Beatriz Ruivo/FPT. Inês gosta de dar bicicleta.

Uma semana após ter dobrado os ventos do deserto com a leveza de quem desliza sobre duas rodas, Inês Murta voltou a riscar as areias do deserto egípcio com a precisão de um raio. Em Sharm el Sheikh, onde o sol beija a terra com uma ardência antiga, a tenista portuguesa voltou a erguer-se, transformando cada pancada numa promessa e cada ponto numa confirmação.

A bicicleta girou sem resistência, como se o tempo se curvasse à sua vontade. Frente à ucraniana Margarita Okhendovskaya, Inês não pedalou em falso — avançou, veloz, reta, sem se perder no labirinto das trocas de bola. Em meros 48 minutos, riscou um duplo no marcador 6-0, desenhando uma estrada que leva ao quadro principal.

Agora, com o vento quente do Sinai a empurrá-la para novos desafios, a algarvia regressa ao coração do torneio. Não vem só. Ainda esta terça-feira, voltará ao jogo, ao lado da helvética Fiona Ganz, para percorrer a estrada dos pares. Porque há caminhos que se fazem melhor a dois, e há corridas que se vencem com uma só cadência: a do triunfo.

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