Tiago Torres explode no Porto e garante duelo 100% português
🖋️Por: António Vieira Pacheco
📸 Créditos: Federação Portuguesa de Ténis
⏱️ Tempo de leitura: 3 minutos
🎬 Créditos: Federação Portuguesa de Ténis
![]() |
Incrível: Tiago Torres derruba top-300 e já prepara duelo explosivo com Frederico Silva. |
O
triunfo que já fugira no passado
PORTO — Um mês após ter sentido o sabor
amargo de ver a vitória escapar-lhe por entre os dedos, Tiago Torres regressou
à Cidade Invicta e desta vez não deixou que a história se repetisse.
O jovem lisboeta, de 23 anos, assinou
finalmente a sua primeira vitória em quadros principais de torneios Challenger,
escrevendo uma página inédita da sua carreira no CT Porto Cup.
Diante do checo Hynek Barton (292.º
ATP), adversário mais experiente e muito mais bem posicionado no ‘ranking’, Torres
não se intimidou. Com garra, estratégia e uma pitada de nervos à mistura,
venceu por 6-3, 1-6 e 6-4, depois de quase duas horas de confronto que manteve
os poucos adeptos colados às cadeiras do Clube de Ténis do Porto.
O fantasma de Monte Aventino
Há pouco mais de um mês, no Eupago
Porto Open, Torres esteve a um ponto de concretizar esse mesmo sonho.
Serviu para a vitória contra o italiano Francesco Maestrelli — que seria
finalista —, mas os nervos pesaram, a oportunidade escapou e a desilusão ficou
marcada na memória.
Desta vez, o filme parecia
repetir-se: voltou a tremer no primeiro momento em que serviu para fechar a
partida. Mas, como quem aprende com os tropeços, soube encontrar serenidade.
Apoiou-se no vento favorável e usou a inteligência tática para não vacilar na
segunda tentativa.
O plano de jogo
A estratégia foi clara: atacar à
esquerda de Barton, explorando a debilidade de um golpe a uma mão. Nos
primeiros jogos, essa aposta rendeu frutos e abriu caminho para o primeiro
‘set’. No segundo, porém, Torres afastou-se do plano e arriscou mais
pela direita do adversário, concedendo-lhe espaço para reagir. O checo
aproveitou e devolveu com autoridade, igualando o marcador.
O terceiro ‘set’ foi uma
montanha-russa de emoções, com Barton a lutar para impor a sua consistência e
Torres a jogar com coragem. No ponto de decisão, o português reencontrou o foco
inicial, carregou novamente sobre a pancada de esquerda do checo e arrancou a
vitória-chave da carreira até agora.
Vitória com peso simbólico
Este triunfo não é simplesmente uma
vitória. É um marco. Aos 23 anos, vindo do qualifying e ocupando o modesto
posto de 1028.º do ‘ranking’ ATP, Torres derrubou um jogador quase 750 lugares
acima. Mais do que números, é a prova de que o talento português continua a
emergir, mesmo em cenários adversos.
Para o próprio, é a confirmação de
que o trabalho diário, tantas vezes invisível, começa a dar frutos. Para o
ténis nacional, é uma lufada de ar fresco que assegura uma nova geração a lutar
nos palcos internacionais.
O próximo capítulo é duelo luso
O destino reservou-lhe agora um prémio especial. Enfrentar Frederico Silva, o experiente “Kiko”, antigo campeão de pares em torneios de Grand Slam júnior.
Independentemente do desfecho, a
vitória de Torres garantiu já uma certeza: haverá, pelo menos, um português nos
quartos de final da CT Porto Cup. Para os adeptos, é a garantia de
emoção redobrada e de orgulho renovado.
O futuro em aberto
Ao final do dia, Torres não escondeu o sorriso de quem, finalmente, quebrou a barreira que tanto lhe resistiu. Ainda há caminho a percorrer, muitos lugares do ‘ranking’ a escalar e batalhas a travar. Todavia, no Porto, na mesma cidade onde já sentira a dor da derrota amarga, encontrou a redenção.
E talvez tenha sido precisamente esse
sabor de quase — essa cicatriz de Monte Aventino — que lhe deu a força
necessária para, agora, transformar a dúvida em certeza.
Comentários
Enviar um comentário
Críticas construtivas e envio de notícias.