Francisco Cabral escreve nova página em Winston-Salem

 🖋️Por: António Vieira Pacheco

📸 Créditos: ATP Tour e Direitos Reservados

Francisco Cabral é um dos melhores no mundo em pares
Francisco Cabral em ação com salto para a vitória nos Estados Unidos.

O primeiro passo no top 30

No dia em que viu o seu nome inscrito pela primeira vez entre os 30 melhores jogadores de pares do mundo, Francisco Cabral não quis deixar comemorar a ocasião. Ao lado de Lucas Miedler, austríaco e parceiro de batalhas recentes, o portuense entrou a vencer no ATP 250 de Winston-Salem, carimbando a passagem aos quartos de final.

A vitória, construída com paciência e coração, chegou após quase duas horas de ténis disputado ponto a ponto, frente ao sueco Andre Goransson e ao neerlandês Sem Verbeek. O marcador registou os parciais de 4-6, 7-6 (3) e 10–8, uma reviravolta que espelha a resiliência de quem acredita até ao último instante.

Uma dupla em ascensão

Cabral e Miedler entraram no torneio como terceiros cabeças de série, e não é por acaso. O português surge no 29.º posto mundial e o austríaco no 28.º, ambos com o melhor ‘ranking’ das suas carreiras. A dupla chegou a Winston-Salem embalada pela boa campanha no ATP Masters 1000 de Cincinnati, onde atingiu os quartos de final.

Esse resultado, para Cabral, representou mais do que números: foi a confirmação de que a sua carreira começa agora a escrever capítulos entre a elite.

O próximo desafio

Nos quartos de final, ambos defrontarão os vencedores de outro duelo de especialistas: a dupla franco-americana Sadio Doumbia/Nathaniel Lammons ou o par Jan Zielinski/Jackson Withrow. Seja quem for, o desafio será exigente, mas o espírito de conquista que Cabral e Miedler têm mostrado sugere que nada é impossível.

Sabia que? 

O ténis na variante de pares exige reflexos quase instantâneos. Um jogador profissional pode reagir a uma bola em somente 0,2 segundos.

 Francisco Cabral tornou-se, em 2022, o primeiro português a vencer um torneio ATP de pares em Portugal, no Estoril Open, ao lado de Nuno Borges.

As duplas de ténis comunicam com sinais discretos atrás das costas antes de cada ponto, decidindo quem cobre a rede ou a linha de fundo.

O símbolo de uma carreira em construção

Para Cabral, o ténis não é somente competição: é também identidade. Ele cresceu no norte com a ambição de transformar o sonho em realidade. Cada etapa no circuito internacional é mais uma prova de maturidade, mais uma ponte entre o talento e a afirmação plena.

Em Winston-Salem, a vitória ganha outro sabor: trata-se do último grande teste antes do US Open, onde os melhores do mundo se encontram em Nova Iorque. Para o português, será a oportunidade de medir forças com rivais habituados a erguer troféus em palcos maiores.

Um gelado de ténis para saborear nas vitórias de Francisco Cabral.
Desfrute de um ótimo gelado ao ver ténis na variante de pares.

A beleza do ténis de pares

Se no singular cada jogador trava uma batalha solitária, no ténis de pares a magia reside na cumplicidade. É um jogo de olhares, de coordenação, de passos ajustados como numa dança. Cabral e Miedler têm mostrado química em campo, um detalhe decisivo para enfrentar adversários que, muitas vezes, se conhecem há anos.

Sabia que?

O serviço mais rápido já registado em pares ultrapassou os 240 km/h, quase tão veloz como num jogo de singulares.

No ténis profissional, um encontro de pares pode ter mais de 100 vóleis em média por ‘set’, revelando a intensidade do jogo junto à rede.

Entre o Porto e o mundo

Cabral leva consigo o nome da cidade invicta, mas também o de Portugal. Num circuito dominado por norte-americanos, franceses e especialistas da Europa Central, a presença de um português entre os 30 melhores é motivo de orgulho.

A sua trajetória mostra que o ténis nacional tem espaço para crescer não somente em singulares, mas também no exigente universo dos pares.

Um horizonte aberto

Winston-Salem pode ser somente mais um torneio, mas para Cabral representa uma etapa simbólica. Cada vitória reforça a confiança, cada jogo prepara o terreno para os grandes palcos.

E se o caminho é feito de passos firmes, este foi um daqueles momentos que ficam na memória: o dia em que Portugal passou a ter um jogador no top 30 mundial de pares, a vencer em solo americano, com o olhar já no horizonte do US Open.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

José Santos, o árbitro mais antigo do ténis de mesa

Gilberto Garrido é um farol da Madeira

FPT continua em festa