Nuno Borges cai de pé no US Open após duelo épico com Tommy Paul
📸 Créditos: ATP Tour
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Quase herói em Nova Iorque. Lidador leva Tommy Paul ao limite em duelo de madrugada. |
A
madrugada em Flushing Meadows
Que ficará na memória
Em Nova Iorque, onde as luzes nunca
se apagam e os relógios parecem ter vida própria, Nuno Borges viveu uma
madrugada que lhe ficará gravada na pele. O maiato de 28 anos, número um do
ténis português, foi eliminado do US Open na segunda ronda, mas não sem antes
oferecer ao Arthur Ashe Stadium um espetáculo de resistência e coragem.
Frente ao norte-americano Tommy Paul,
14.º do ‘ranking’ mundial e terceiro melhor jogador dos Estados Unidos, Borges
lutou durante 4h25 de ténis intenso, num encontro que terminou já perto
das duas da manhã. O desfecho — 7-6 (6), 6-3, 5-7, 5-7 e 7-5 — diz pouco da
batalha, mas muito da alma que esteve em court.
Um
combate à altura do maior palco
Era somente a segunda vez que o
Lidador pisava o maior court do mundo, mas a sua presença foi tudo menos
discreta. Paul entrou como favorito, embalado pelo público e pela confiança de
jogar em casa, mas encontrou pela frente um adversário que se recusava a ceder.
Borges salvou dois match points no quarto ‘set’, recuperou de 0-3 no quinto parcial e chegou mesmo a servir para levar o encontro a um tiebreak decisivo. O Arthur Ashe vibrou com cada ponto, dividido entre o orgulho patriótico e o respeito pelo português que ousava enfrentar o destino.
A derrota que sabe a vitória moral
O marcador final ditou a eliminação,
mas o ténis raramente se resume a números. Borges saiu derrotado, sim, mas não
diminuído. Como resistiu, como encontrou soluções em momentos de aperto e como
prolongou o jogo para além do que parecia possível, conferiu-lhe uma aura de
guerreiro.
No final, a diferença fez-se em
detalhes: nos nervos firmes de Paul nos pontos grandes, no desgaste acumulado e
no peso de servir sob a pressão absoluta. E, quando deixou o court, Borges
trazia no corpo os sinais de uma batalha sem concessões — exausto, com o rosto
marcado pelo esforço e as pernas a acusarem cãibras que denunciavam a dimensão
do sacrifício. Mas, na derrota, deixou também a certeza de que pertence a este
palco.
Consequências
no ‘ranking’, mas futuro em aberto
Com esta derrota, o Lidador não
conseguiu defender os 200 pontos relativos à histórica campanha de oitavos de
final em 2024. Isso significa que abandonará o top 50 ATP pela primeira vez
desde julho do ano passado.
Ainda assim, o futuro próximo abre-se
com esperança: até ao final da temporada, o português não tem pontos a defender,
o que lhe permitirá sonhar com novas subidas, se conseguir traduzir em vitórias
a qualidade que mostrou em Nova Iorque.
O caminho continua nos pares
Antes de abandonar Flushing Meadows, Borges
terá ainda mais uma oportunidade de competir, agora na variante de pares, ao
lado do francês Arthur Rinderknech. Nesse quadro, Portugal conta também com
Francisco Cabral, que joga ao lado do austríaco Lucas Miedler.
Pode já não haver singulares para
Borges no US Open 2025, mas a bandeira portuguesa continuará erguida nos courts
nova-iorquinos.
A crónica de uma madrugada inesquecível
O número um de Portugal partiu para
este US Open com o peso da responsabilidade e a memória da glória recente. Sai
dele com uma derrota amarga, mas com uma prova de resiliência que poucos
esquecem. Porque o ténis, mais do que vitórias e derrotas, é feito de noites
assim. Em que um jogador transforma o silêncio da madrugada em música, e onde
o esforço se converte em poesia. Mesmo que termine com o corpo exausto e as
pernas a solicitarem descanso.
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