Nuno Borges cai de pé no US Open após duelo épico com Tommy Paul


🖋️Por: António Vieira Pacheco

📸 Créditos: ATP Tour

⏱️ Tempo de leitura: 2 minutos

Lidador esteve quase... A história do quase quase!
Quase herói em Nova Iorque. Lidador leva Tommy Paul ao limite em duelo de madrugada.

A madrugada em Flushing Meadows 
Que ficará na memória

Em Nova Iorque, onde as luzes nunca se apagam e os relógios parecem ter vida própria, Nuno Borges viveu uma madrugada que lhe ficará gravada na pele. O maiato de 28 anos, número um do ténis português, foi eliminado do US Open na segunda ronda, mas não sem antes oferecer ao Arthur Ashe Stadium um espetáculo de resistência e coragem.

Frente ao norte-americano Tommy Paul, 14.º do ‘ranking’ mundial e terceiro melhor jogador dos Estados Unidos, Borges lutou durante 4h25 de ténis intenso, num encontro que terminou já perto das duas da manhã. O desfecho — 7-6 (6), 6-3, 5-7, 5-7 e 7-5 — diz pouco da batalha, mas muito da alma que esteve em court.


Um combate à altura do maior palco

Era somente a segunda vez que o Lidador pisava o maior court do mundo, mas a sua presença foi tudo menos discreta. Paul entrou como favorito, embalado pelo público e pela confiança de jogar em casa, mas encontrou pela frente um adversário que se recusava a ceder.

Borges salvou dois match points no quarto ‘set’, recuperou de 0-3 no quinto parcial e chegou mesmo a servir para levar o encontro a um tiebreak decisivo. O Arthur Ashe vibrou com cada ponto, dividido entre o orgulho patriótico e o respeito pelo português que ousava enfrentar o destino.

A derrota que sabe a vitória moral

O marcador final ditou a eliminação, mas o ténis raramente se resume a números. Borges saiu derrotado, sim, mas não diminuído. Como resistiu, como encontrou soluções em momentos de aperto e como prolongou o jogo para além do que parecia possível, conferiu-lhe uma aura de guerreiro.

No final, a diferença fez-se em detalhes: nos nervos firmes de Paul nos pontos grandes, no desgaste acumulado e no peso de servir sob a pressão absoluta. E, quando deixou o court, Borges trazia no corpo os sinais de uma batalha sem concessões — exausto, com o rosto marcado pelo esforço e as pernas a acusarem cãibras que denunciavam a dimensão do sacrifício. Mas, na derrota, deixou também a certeza de que pertence a este palco.

 

Consequências no ‘ranking’, mas futuro em aberto

Com esta derrota, o Lidador não conseguiu defender os 200 pontos relativos à histórica campanha de oitavos de final em 2024. Isso significa que abandonará o top 50 ATP pela primeira vez desde julho do ano passado.

Ainda assim, o futuro próximo abre-se com esperança: até ao final da temporada, o português não tem pontos a defender, o que lhe permitirá sonhar com novas subidas, se conseguir traduzir em vitórias a qualidade que mostrou em Nova Iorque.

O caminho continua nos pares

Antes de abandonar Flushing Meadows, Borges terá ainda mais uma oportunidade de competir, agora na variante de pares, ao lado do francês Arthur Rinderknech. Nesse quadro, Portugal conta também com Francisco Cabral, que joga ao lado do austríaco Lucas Miedler.

Pode já não haver singulares para Borges no US Open 2025, mas a bandeira portuguesa continuará erguida nos courts nova-iorquinos.

A crónica de uma madrugada inesquecível

O número um de Portugal partiu para este US Open com o peso da responsabilidade e a memória da glória recente. Sai dele com uma derrota amarga, mas com uma prova de resiliência que poucos esquecem. Porque o ténis, mais do que vitórias e derrotas, é feito de noites assim. Em que um jogador transforma o silêncio da madrugada em música, e onde o esforço se converte em poesia. Mesmo que termine com o corpo exausto e as pernas a solicitarem descanso.


 

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