Do Luxemburgo ao Porto: Tiago Cação renasce, mas o sonho fica por um fio

 🖋️Por: António Vieira Pacheco

📸 Créditos: Federação Portuguesa de Ténis

⏱️ Tempo de leitura: 4 minutos

Quadro principal da CT Porto Cup escapou por pouco para o nativo de Penche
Tiago Cação: três anos depois, o regresso ao circuito traz esperança e novas batalhas no caminho.

 PORTO — Houve um tempo em que Tiago Cação parecia ter fechado o capítulo da sua carreira. Longe dos courts, longe do ‘ranking’, trocou a vida de competidor pelo papel de treinador no Luxemburgo. Contudo, o ténis, como tantas vezes acontece com quem o ama, não deixou de o chamar. Três anos depois, o regresso tornou-se realidade. E mesmo que o desfecho não tenha sido de sonho, há algo de simbólico no seu percurso até à CT Porto Cup.

Na última ronda do qualifying, o português caiu perante o espanhol David Jorda Sanchis (443.º ATP), que venceu em dois ‘sets’, por um duplo 6-2. Num encontro onde a consistência falou mais alto do que o coração. Os mosquitos voltaram a marcar presença, sendo um incómodo para os poucos esperadores que assistiram ao encontro.

Uma derrota, mas não um fracasso

Foi somente a terceira prova do seu regresso ao circuito, mas suficiente para devolver-lhe um lugar no ‘ranking’ ATP (1801.º). E se a estatística mostra uma derrota clara, o contexto conta uma história maior: a de quem voltou, após demasiado tempo longe, e encontrou novamente espaço para sonhar.

Antes do Porto, Cação brilhou em Idanha-a-Nova, onde somou oito vitórias e nove pontos ATP. No Clube de Ténis do Porto, juntou mais dois pontos à conta e, com eles, a esperança de escalar posições e aproximar-se do top 1000 na atualização pós-US Open.

No court, mostrou sinais de que o ritmo competitivo continua em construção. As trocas longas pertenceram ao adversário, mais habituado ao cenário Challenger, mas o português deixou apontamentos de qualidade que anunciam o que pode estar para vir.

Entre passado e futuro

Este regresso não é somente estatístico; é emocional. Para quem acompanhou o seu percurso, vê-lo de novo nos campos de ténis profissionais é como assistir ao renascimento de uma chama que parecia extinta. Cação não luta somente por vitórias. Luta contra o tempo, contra a dúvida e contra o esquecimento.

E ainda que a aventura na CT Porto Cup tenha terminado antes do quadro principal, há derrotas que carregam em si a semente de futuros triunfos.

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