Lusos nos mapas finais e sonham com mais no Europeu de Jovens

                                                         Por António Vieira Pacheco

Sairá mais mefalhas nas provas de singulares e de pares.
Créditos: FPTM. Há mais festa em Ostrava com a conquista de medalhas nos singulares e pares?

Nas mesas de jogo da fria Ostrava, cidade da região da Morávia-Silésia, o ténis de mesa juvenil português escreve uma das suas páginas mais promissoras. Sob os sons metálicos da bola e o eco dos aplausos, todos os atletas lusos seguem firmes no Campeonato da Europa de Jovens 2025, qualificados para os mapas finais de singulares e com cinco pares ainda em prova nas duplas masculinas, femininas e mistas.

Não é apenas uma questão de estatísticas: é uma demonstração de ambição e trabalho coletivo, feita de suor, viagens longas, raquetes gastas e sonhos persistentes. Em Ostrava, Portugal está presente — e com vontade de ficar até ao último ponto.

Portugal inteiro nos mapas finais

Ver toda a comitiva portuguesa nos mapas finais é um feito que merece destaque. Superar a fase de grupos é apenas o início, mas é também sinal de que o caminho está a ser bem trilhado. Os atletas mostraram não só garra, mas também maturidade competitiva, num palco onde não se perdoam hesitações.

O ténis de mesa jovem em Portugal dá mostras de um amadurecimento discreto, mas firme — crescendo longe dos grandes holofotes, mas com raízes cada vez mais fundas.

Pares mistos sub19: quando o talento se cruza além-fronteiras

Entre os pares mistos, Tiago Abiodun alia o seu talento ao da romena Bianca Mei-Rosu. Juntos, disputarão os quartos de final, num embate que os colocará frente ao polaco Marcel Blaszczyk e à eslovena Sara Tokic.

São estes cruzamentos improváveis, de línguas e estilos diferentes, que fazem do desporto uma linguagem universal. Aqui, a bandeira é partilhada, mas o foco é comum: a busca pelo ponto perfeito.

Pares masculinos: Abiodun resiste com Chirita

Nos pares masculinos, Abiodun volta a ser figura central. Agora com o romeno Iulian Chirita, encara os oitavos de final frente aos checos Stepan Brhel e Martin Sip. Jogar contra atletas da casa, com o público a empurrar cada ponto, será uma prova de resiliência — mas o talento português já mostrou que sabe resistir quando o vento sopra contra.

Pares femininos: três duplas, três caminhos de esperança

A força do feminino no ténis de mesa nacional tem rosto jovem e determinado. Três duplas portuguesas continuam em prova:

- Em sub15, Irina Silva e Leonor Gomes enfrentarão as eslovacas Barbora Guassardo e Bianka Bacsova. Um confronto que opõe leveza e coragem, com o coração a bater fora do peito em cada serviço;

- Em sub19, Matilde Pinto, no seu último Campeonato da Europa de jovens, joga com a ucraniana Veronika Matiunina. Juntas defrontarão as turcas Aybuke Simsek e Busra Demir. Para Matilde, é também um adeus ao circuito juvenil, mas a sua raquete ainda quer deixar um eco antes da despedida;

- Júlia Leal, uma das revelações do ano, compete com a romena Andreea Baiasu. Em frente, as polacas Bogdanowicz e Rajkowska. Neste tabuleiro de pares cruzados, a sintonia é tão vital como o talento individual.

Muito mais do que resultados

O que se passa em Ostrava é mais do que simples apuramentos ou eliminações. É a confirmação de um ciclo, de um investimento em jovens que não jogam apenas com o braço — mas com a cabeça, com o coração e com o país inteiro por dentro.

Esta geração já não vai a Campeonatos da Europa para aprender. Vai para competir, para desafiar os favoritos, para ganhar. Vai para deixar o nome de Portugal marcado no quadro, ao lado dos mais fortes.

Ainda há muito campeonato — e muito sonho

A jornada em Ostrava está longe de terminar. Com os mapas finais à porta e os adversários a tornarem-se mais exigentes a cada ronda, o ténis de mesa nacional mantém-se vivo e a sonhar.

Seja nas mesas centrais ou nos recantos do pavilhão, cada ponto conquistado carrega anos de dedicação silenciosa — da parte de atletas, treinadores, famílias e clubes que continuam a construir, passo a passo, o futuro do desporto português.

Em Ostrava, o futuro já começou — e é luso. 

O leitor acredita que Portugal conquistará mais medalhas? Deixe a sua opinião nos comentários.

 

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