Portugal integra a roleta do ténis de mesa de Las Vegas: três atletas em foco

                                                                    Por António Vieira Pacheco
A música de Fu Yu rumo ao mapa final.
Créditos: FPTM. Fu Yu chegou ao palco principal de Las Vegas, com vitória em três ‘sets’.

Portugal no “tapete azul” de Las Vegas: a aposta do talento e da coragem!

No coração sonoro e iluminado de Las Vegas, onde o som das máquinas de casino se mistura com o murmúrio dos desafios, Portugal joga a sua própria mão no grande jogo do ténis de mesa mundial. Três atletas portugueses — João Geraldo, Fu Yu e Jieni Shao — marcaram presença no mapa final do Smash dos Estados Unidos, uma prova onde o talento, a estratégia e a coragem se medem numa mesa que, mais do que um simples equipamento, é um verdadeiro “tapete verde” onde se jogam sonhos e desafios.

O que é o “tapete azul” no ténis de mesa?

Quando falamos do “tapete azul” no ténis de mesa, não nos referimos a um pedaço a um tapete comum. Esta expressão evoca a superfície oficial onde se desenrola o jogo — uma mesa de cor azul que, apesar das suas dimensões modestas, é o palco onde cada ponto pode transformar-se numa batalha de reflexos, técnica e concentração. No ténis de mesa, esta mesa azul é a arena sagrada, a superfície firme onde o atleta aposta tudo, como um jogador de póquer que lança as suas fichas numa jogada decisiva. É neste pequeno “tapete” que se joga o destino de cada partida, onde a precisão dos movimentos e a rapidez das decisões fazem toda a diferença.

            Cada ponto é uma aposta: Portugal desafia os melhores no Smash dos EUA

Las Vegas, cidade famosa pelo brilho dos seus néon e pelo jogo arriscado das mesas de casino, transforma-se, durante o Smash, num cenário onde o tilintar das bolas substitui o das moedas e o ruído das raquetes é o som que dita o ritmo. Assim, o “tapete verde” do ténis de mesa ganha uma dimensão quase metafórica, fundindo o mundo do desporto com o universo das apostas, onde o talento e a sorte se confrontam num duelo incessante.

João Geraldo: a força tranquila que desafia a sorte

João Geraldo, Fu Yu e Jieni Shao: três lusos a jogar alto no ténis de mesa mundial

Geraldo, número 198 do ‘ranking’ mundial, entrou nesta mesa com a calma e a determinação de quem sabe que no ténis de mesa, como no jogo, não há espaço para o acaso quando a técnica é clara. Na madrugada de sábado, superou o norte-americano Xiangjing Zhang, um adversário sem ‘ranking’, com a tranquilidade de quem lê bem o jogo e sabe quando apostar alto. O resultado foi uma vitória por 3-1 (11–4, 9-11, 11–5, 12–10), que lhe abre as portas para a segunda-feira, onde vai defrontar o chinês Xiang Peng, um dos jogadores mais fortes do circuito, detentor do título de campeão do mundo sub19 em Gaia, 2021.

Geraldo representa, nesta mesa, a força tranquila do português que sabe jogar as suas cartas. Em Las Vegas, onde cada esquina é uma promessa de risco e emoção, o transmontano é o jogador que não se deixa levar pelas luzes da ribalta, que aposta com inteligência e mantém o controlo do jogo. O duelo com Xiang Peng será uma verdadeira batalha, onde a coragem e a técnica serão postas à prova num cenário que é, para ambos, um desafio de enorme prestígio 

Fu Yu: a rainha da mesa que domina o jogo

Las Vegas brilha, mas o verdadeiro espetáculo está no “tapete azul”

Fu Yu, número 75 do mundo, trouxe para o “tapete azul” a experiência e a mestria que a colocam entre as jogadoras mais respeitadas do ténis de mesa internacional. A sua vitória clara e dominadora por 3-0 sobre a francesa Charlotte Lutz (7-11, 8-11, 5-11) foi um verdadeiro aviso de que está preparada para avançar e brilhar na competição. Fu Yu controla o jogo com a elegância de uma rainha numa partida de xadrez, onde cada ponto é cuidadosamente planeado, e onde o domínio psicológico é tão importante quanto a técnica.

Na ronda seguinte, Fu Yu vai enfrentar a australiana Minhyung Jee, treinada pelo antigo selecionador português Ricardo Oliveira, num confronto que será tanto uma luta de estilos como de estratégias, quase como um jogo de casino onde o bluff pode fazer toda a diferença. Para Fu Yu, esta é mais do que uma simples competição; é um palco para reafirmar a sua posição e inspirar uma nova geração de portugueses apaixonados por ténis de mesa.

Jieni Shao: a entrada direta que promete fogo na mesa

Jogue connosco: siga cada ponto e apoie os nossos atletas no Smash!

Por fim, Shao Jieni, número 62 do ‘ranking’ mundial, entrou diretamente na ronda dos 64 melhores, saltando etapas graças à sua posição privilegiada. O seu adversário será a norte-americana Sally Moyland, que beneficiou de um wildcard para participar. Este será um duelo de nervos, onde a pressão de jogar em casa pode tanto ajudar como atrapalhar a atleta americana. Para Jieni, este jogo representa a oportunidade de mostrar porque merece estar entre as melhores, defendendo a honra de Portugal e mantendo viva a chama da ambição.

Resultados e o que esperar na próxima ronda

Prepare-se para emoções fortes com os portugueses no torneio dos Estados Unidos!

Os resultados do sábado, 5 de julho, confirmaram que Portugal está bem representado. João Geraldo e Fu Yu venceram as suas partidas de qualificação e garantiram um lugar no quadro final do torneio. Agora, amanhã, a atenção volta-se para os jogos que podem definir a continuidade destes atletas na prova:

  • Fu Yu joga contra Minhyung Jee às 13h20 (hora em Portugal continental).
  • João Geraldo enfrenta Xiang Peng às 19h10, num confronto que promete emoção e qualidade.
  • Jieni Shao mede forças com Sally Moyland às 20h20, num jogo decisivo para Portugal.

Este trio de atletas mostra que Portugal está mais do que nunca no mapa mundial do ténis de mesa, com jogadores que combinam talento, experiência e uma forte vontade de vencer. O percurso em Las Vegas é, acima de tudo, um reflexo do crescimento do desporto em Portugal, que se aposta cada vez mais no desenvolvimento de jovens talentos e na consolidação de atletas experientes.

Cada ponto é uma aposta: Portugal desafia os melhores no Smash dos EUA

No fim, o “tapete azul” de Las Vegas é mais do que a cor da mesa onde o jogo acontece. É o símbolo do palco onde Portugal escolhe jogar as suas maiores apostas, num cenário de risco e glória, luzes e sombras, onde a sorte pode sorrir, mas é sempre a preparação, o treino e a força de vontade que fazem a verdadeira diferença.

Las Vegas pode ser a cidade das luzes brilhantes e dos grandes riscos, mas é também o lugar onde três portugueses mostram que têm a coragem e o talento para apostar alto e ganhar — não no jogo da sorte, mas no jogo da técnica e do coração.


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