João Teixeira: O capitão que renova sonhos à mesa na terra da regueifa
📸 Créditos: NCR de Valongo
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No desporto, há atletas que passam. E
há atletas que permanecem. Que se entrelaçam com a história de um clube, que se
tornam os pilares da sua identidade. João Teixeira, de 19 anos, é um desses
nomes.
Capitão do NCR Valongo, símbolo de perseverança e talento, João renovou o seu
vínculo por mais uma temporada. Mas esta renovação é mais do que um contrato — é
uma aliança com o futuro, selada por 11 anos de lealdade e paixão.
Terceiro lugar entre seniores: um pódio de maturidade
Num desporto onde os detalhes decidem
vitórias, João subiu ao pódio nacional de pares seniores, ao
lado do talentoso Pedro Brandão, num Campeonato disputado em Gaia, em
2025. Um bronze que vale ouro, pois foi conquistado num palco onde brilham os
que têm nervos de aço e coração em brasa.
Naquele tapete azul onde a bola ecoa
como um compasso, João e Pedro mostraram sintonia, garra e companheirismo. Um
verdadeiro bailado de ‘spin’ e bloqueios, cruzando a juventude de um com a
maturidade do outro. O pódio foi o espelho de um trabalho silencioso que se foi
cozinhando nas margens do Douro.
Renovar é recomeçar — mas com raízes
Na hora de anunciar a renovação, João
fê-lo com palavras que não foram ditas por impulso, mas por emoção.
"Renovar este vínculo é mais do que assinar um contrato, é renovar um sonho, uma história construída com suor, dedicação e muito amor por este clube..."
Não são palavras gastas. São palavras
com peso. O NCR Valongo não é apenas um clube. É uma casa com paredes de
memórias e janelas viradas para o futuro. E João, mais do que um atleta, é
já uma das vigas que sustenta essa estrutura.
Onze anos com a camisola ao peito
Uma vida à mesa
Em tempos em que o imediatismo
governa, ficar 11 anos num mesmo clube é um ato de rara fidelidade. E
João nunca quis ser um turista no desporto. Ele quis ser residente.
Quis pertencer.
"Posso afirmar sem medo de que
cada minuto valeu a pena", sublinhou.
E nós acreditamos. Porque só assim se chega a capitão. Só assim se inspira os
que vêm atrás. Com entrega. Com presença e também com verdade.
Um líder dentro e fora da mesa
A braçadeira de capitão não se mede
em pontos ganhos. Mede-se nos gestos fora da área de jogo. No apoio aos colegas.
Na voz que se levanta nos treinos duros. No abraço dado nas derrotas. João é
esse líder.
Pedro Brandão, seu parceiro de pódio,
é testemunha disso. Entre os dois há cumplicidade, respeito e admiração. No
olhar, um sabe sempre onde o outro vai estar. E no ténis de mesa, onde tudo
acontece em milésimos de segundo, isso é meio caminho andado para o sucesso.
A forja da Primeira Nacional
Com a renovação, João prepara-se
agora para um novo desafio: a fortíssima Primeira Divisão Nacional. Um campeonato onde se joga no limite, onde cada encontro é uma final, onde os erros se pagam
caro — mas onde também se cresce mais rápido.
É o lugar onde os sonhos se tornam
nervo e onde os atletas ganham couraça. João sabe que será difícil. Mas sabe
também que é lá que pertence. E terá ao seu lado uma equipa jovem, faminta e
unida, que vê no seu capitão um exemplo a seguir.
Um treinador experiente ao leme
Nada disto seria possível sem a visão
e estabilidade do treinador que acompanha João desde sempre. Um homem que não
grita para mandar, mas para acordar. Que sabe ouvir o silêncio do atleta e que
conhece os medos de quem compete.
Com mais um jogador experiente ao seu
dispor — um que conhece os cantos da casa como ninguém —, o treinador Pedro Silva terá nas
mãos uma equipa equilibrada, capaz de crescer sustentadamente e fazer frente
aos gigantes da divisão.
Um clube que cultiva, não queima
O NCR Valongo é um desses raros
clubes que não apressa o talento. Cultiva-o. Que não usa atletas como
ferramentas de resultados, mas como pessoas em formação. E João é o retrato
mais puro dessa filosofia.
Chegou jovem. Cresceu com calma. Foi
lançado no tempo certo. Errou, aprendeu e regressou. E hoje, com 11 anos de
casa, é a voz que os mais novos ouvem quando duvidam de si próprios. O que mais
pode desejar um clube?
O sonho continua
Para João, este não é um fim
de ciclo. É um novo capítulo.
"Seguiremos mais fortes e
unidos, porque a nossa história ainda tem muitos capítulos para se
escrever", proferiu com convicção.
E é essa a beleza do desporto quando
é verdadeiro. Quando é feito de continuidade, de raízes, de afeto. João não
joga por estatísticas. Joga por identidade. Por amor a uma camisola. Por
gratidão a um clube que lhe deu tudo. E ele retribui com tudo o que tem.
Esta renovação é um gesto simples,
mas cheio de significado. Diz-nos que ainda há espaço para o compromisso. Que
ainda há atletas que não trocam o essencial pelo imediato. Que ainda há clubes
que formam — e não apenas recrutam.
E é por isso que a história de João Teixeira merece ser lida. Porque nos lembra que o desporto não é só ganhar. É crescer. É ficar, é deixar legado.
Gostou desta história? Leia também André Cruz, o primeiro reforço da equipa de Valongo para a temporada 2025/2026.
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