Jorge em dose dupla: Montemor-o-Novo já tem sotaque do Norte

                                                             Por António Vieira Pacheco

As irmãs Jorge estão apuradas para os quartos de final.
Créditos: FPT. Francisca Jorge juntou-se à mana Matilde nos quartos de final de Montemor-o-Novo.

Francisca Jorge limpa o court com classe!

No Montemor Ladies Open, o apelido Jorge está em todo o lado — nas estatísticas, nos resultados, e sobretudo na confiança com que as irmãs de Guimarães têm dominado a competição. Depois de Matilde, também Francisca Jorge carimbou a presença nos quartos de final, com uma vitória clara e sem margem para dúvidas.

A número um nacional (259.ª WTA) venceu a belga Jana Otzipka (764.ª) por 6-0 e 6-4, resolvendo a questão com a segurança de quem sabe exatamente ao que vai. Foi um daqueles jogos onde a superioridade técnica e tática mostrou-se em cada pancada — e em somente dois ‘sets’.

Minhotas comandam Montemor-o-Novo com naturalidade

Se a expressão “domínio familiar” tivesse forma de torneio, seria isto. As irmãs Jorge, sempre discretas fora do court, vão deixando a sua marca dentro dele com a firmeza habitual. Sem alarido, sem espetáculo forçado — somente ténis bem jogado.

A adversária de Francisca sairá de um duelo entre Ellie Schoppe (962.ª) e Maria Martinez Vaquero (923.ª), mas a portuguesa parece ter argumentos para continuar a avançar. E se houver reencontro com a irmã mais nova nas meias ou na final… não nos queixaremos.

Enquanto as atletas portuguesas entram em campo com garra e humildade, nem todos os espaços estão tão acessíveis. Apesar do ambiente acolhedor em Montemor, há sempre detalhes que desafinam com o espírito aberto do desporto.

O gabinete de imprensa, sob coordenação de alguém do Norte de Portugal, parece algo reticente com certos projetos independentes — como o nosso, por exemplo. Nada de grave, claro. Só uma daquelas reservas inexplicáveis que surgem quando as ideias vêm de fora do círculo habitual.

Diz o ‘slogan’: “Entrem no Mundo das Modalidades.” Entrámos no universo das raquetas. Só não sabíamos que havia quem preferisse deixar-nos do lado de fora. Nada que nos desmotive — no fundo, o importante continua a acontecer no court.


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