Comesana à porta da glória
Por António Vieira Pacheco
![]() |
Créditos: FPT. Argentino, atual 62,º mundial, está um passo de defender o título no vale do Jamor. |
Com o céu em remendos de cinzento e o
coração firme como a terra batida que pisa, Francisco Comesana voltou a
escrever no Jamor o seu nome com traço seguro. Nove vitórias seguidas, duas
finais em igual número de anos, e o sorriso de quem conhece os caminhos da
glória — o argentino de mãos quentes e alma leve está, outra vez, onde o
destino se curva à vontade dos que não desistem.
Na meia-final, enfrentou o espanhol
Carlos Taberner como quem enfrenta o tempo e a chuva: com paciência,
resiliência e talento. O resultado — 6-1 e 6-2 — enganava a dança de paragens e
recomeços que marcaram o duelo. Mas Comesana, sem queixas nem hesitações,
ergueu-se acima das nuvens: “Estou feliz. Estas interrupções fazem
parte. Superei-as, e agora posso voltar a uma final neste lugar especial.”
E é especial, sim. Foi ali que, um
ano antes, deu o salto para o top-100. Foi ali que encontrou alívio, depois da
ansiedade que o ‘ranking’ lhe impunha. “Agora penso menos no número e
mais no jogo. É essa liberdade que me traz vitórias”, confessa, sereno.
Uma nova final, um novo adversário!
Pela frente terá Elmer Moller, jovem
dinamarquês de recordações portuguesas igualmente doces — Braga viu-o levantar
o seu primeiro troféu. Mas o argentino prefere concentrar-se no presente. “Vou
falar com o meu treinador. Sei que joga bem nesta superfície.”
O título está à distância de um
derradeiro jogo. E Comesana, com a leveza dos que já provaram a vitória,
prepara-se para voltar a dançar no court onde começou a sonhar mais alto.
Comentários
Enviar um comentário
Críticas construtivas e envio de notícias.