Alexandra Eala brilha no Jamor, apesar da queda na segunda ronda
Por António Vieira Pacheco
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Créditos: FPT. A maturidade de uma jovem filipina a falar para os jornalistas.. |
Na dança subtil entre a expectativa e o reencontro com o pó de tijolo,
Alexandra Eala regressou à competição depois da inesquecível caminhada até às
meias-finais do Miami Open. O palco foi o Oeiras Ladies Open, mas o desfecho
chegou mais cedo do que o talento merecia: uma eliminação na segunda ronda,
esta quinta-feira, frente à húngara Panna Udvardy.
Ainda assim, mesmo na despedida, Eala
deixou rasto de classe e serenidade. A filipina, que aos 19 anos já é símbolo
maior do ténis no seu país, manteve-se fiel ao seu espírito combativo e
valorizou a experiência vivida em Portugal.
“Derrota dura hoje, claro, mas há
imensas coisas boas a tirar. Diverti-me nos encontros, competi bem e o clube é
ótimo. A organização é ótima que o tempo não foi o melhor, mas há que adaptar o
que não está no meu controlo.”
Um novo capítulo em terra batida
A estreia de Eala como top 100 WTA —
agora no 72.º posto — foi travada por Udvardy, atual 137.ª do mundo, mas
ex-número 76 e conhecedora das exigências da terra batida. Os parciais de
7-6(4) e 6-4 espelharam o equilíbrio de um encontro onde a húngara se impôs nos
momentos-chave.
Habituada ao ritmo mais veloz dos
hard courts, a jovem filipina reconheceu o valor adversário e admitiu que esta
mudança de piso requer adaptação.
“Ela jogou muito bem, sobretudo nos
momentos de maior aperto. Sei o que tenho a melhorar no futuro, nomeadamente a
movimentação em terra e a qualidade das pancadas. Vou encarar esta fase passo a
passo. Não estou demasiado desiludida porque competi bem e foi um bom duelo.”
Apesar do contraste entre os cenários
— do ‘encanto’ do Hard Rock Stadium, em Miami, para o mais recatado Court 17 do
Jamor —, Eala não perde o foco. Não procura desculpas nem pretende alterar
radicalmente o seu jogo. Acredita que o sucesso em terra pode vir com
paciência, dedicação e consistência.
A alma no court, o futuro em Madrid
Durante a semana em Oeiras, a jovem
contou com o carinho do público português, que encheu bancadas para a apoiar.
Eala é, afinal, uma das figuras emergentes mais carismáticas do circuito WTA. A
viagem segue agora para Madrid, onde irá disputar mais um torneio de peso, o
WTA 1000, quase como em casa: é na Academia de Rafael Nadal, em Maiorca, que
reside e treina desde os 13 anos.
Quanto à vencedora do duelo, Panna
Udvardy, segue agora para os quartos de final onde defrontará a compatriota
Dalma Galfi (149.ª WTA), vencedora convincente frente à japonesa Sara Saito
(6-1, 6-2). Um reencontro de húngaras em solo português, sob o olhar atento da
equipa técnica onde figura Filipe Cunha e Silva.
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