Carlos Gonçalves e Júlia Leal avançam para o mapa final do FOJE Skopje 2025
Por António Vieira Pacheco
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Créditos: FPTM. Carlos Gonçalves passou em segundo lugar no grupo para o mapa final. |
Um caminho trilhado com garra e serenidade
Skopje, cidade onde o passado e o
presente se entrelaçam entre colinas e histórias milenares, é esta semana palco
de sonhos jovens, raquetes firmes e olhares que apontam ao futuro. No Festival
Olímpico da Juventude Europeia (FOJE), a esperança portuguesa tem dois nomes
próprios: Carlos Gonçalves e Júlia Leal.
No calor competitivo de Skopje, os
representantes lusitanos mostraram não somente técnica, mas também maturidade
rara para as suas idades. A participação dos dois atletas nacionais no mapa
final de singulares é o reflexo de um trabalho consistente, fruto de talento,
disciplina e paixão.
Júlia dominou o seu grupo de
forma irrepreensível, vencendo todos os seus encontros por 3-0. Exibições
firmes, seguras, e com uma confiança que transbordou para a mesa. Já Carlos
Gonçalves, enfrentando adversários de elevada exigência, garantiu o segundo
lugar no seu grupo, com duas vitórias e uma derrota, mostrando resiliência e
capacidade de adaptação em momentos decisivos.
Resultados sólidos no caminho até ao
quadro final
Singulares
Femininos — Grupo 4
Júlia Leal, 3 – Aphrodite Achillides
(Chipre), 0
11–1,
11–2, 11–6
Três parciais que não deixaram
dúvidas. Júlia impôs o seu ritmo desde o início, com golpes limpos e atitude
determinada. Uma vitória que selou o seu percurso perfeito no grupo, onde
venceu todas as partidas por 3-0.
Singulares
Masculinos — Grupo 7
Carlos
Gonçalves, 3 – Yali Mor (Israel), 1
11–9,
6-11, 11–9, 13–11
Um duelo tenso e
competitivo. Carlos conseguiu manter a calma nos momentos-chave e selou o
triunfo com garra, vencendo dois ‘sets’ na vantagem.
Carlos Gonçalves, 2 – Jimi Henrik Kdivumaki (Finlândia), 3
7-11, 11–9, 12–10, 7-11, 6-11
Num confronto renhido e equilibrado,
o jovem português acabou por ceder, mas não sem mostrar o seu valor técnico e
emocional. O resultado não lhe retirou o apuramento.
O novo desafio: quadro final e
parcerias
Com o avanço para o mapa final, o
desafio aumenta — mas também a motivação. Carlos Gonçalves entra já esta
quarta-feira, dia 24, na ronda 32, defrontando o bielorrusso Nazar
Matsko às 9 horas, hora local. Um duelo exigente, mas ao alcance do talento
e inteligência tática do atleta nacional.
Parceria mista, sintonia à mesa
Às 11h40, os dois jovens juntam-se
nos pares mistos, enfrentando a dupla moldava Barbu / Lescinscaia.
Um par português que já mostrou química dentro e fora da mesa. A cumplicidade e
o entendimento entre Carlos e Júlia prometem fazer desta partida um momento a
seguir com atenção.
Às 18 horas, a açoriana voltará à
mesa, agora nos oitavos de final de singulares, diante da sueca Amanda Asp. Um
confronto que exigirá concentração total. Amanda, oriunda de uma das escolas
mais tradicionais da modalidade, impõe respeito — mas Júlia tem mostrado estar
à altura de todos os desafios.
FOJE: mais do que competição, uma escola de vida
O FOJE não é exclusivamente uma prova desportiva. É um laboratório de
emoções, um espaço onde os jovens atletas têm o seu primeiro contacto com o
ambiente olímpico — com bandeiras, hinos, concentração e pressão. Aqui, a
experiência conta tanto quanto a técnica, e cada ponto é uma aprendizagem.
Para Carlos Gonçalves e Júlia Leal,
este FOJE é uma etapa importante no seu crescimento como atletas e como seres
humanos. Mais do que vitórias ou derrotas, é como enfrentam a
adversidade, como celebram as conquistas e como representam Portugal com
dignidade que marca a diferença.
Um futuro promissor à espreita
Estes resultados não surgem por
acaso. Carlos e Júlia são fruto de uma nova vaga de jovens promessas que
têm sido trabalhadas com afinco pelos seus clubes, treinadores e pela estrutura
técnica nacional.
O ténis de mesa português, embora com
recursos limitados, tem construído um caminho sólido, centrado no
desenvolvimento integral dos seus atletas.
Ver os dois jovens no mapa final do
FOJE não é apenas um feito momentâneo. É uma semente lançada ao futuro. E são
estes gestos, estas passagens discretas, mas significativas, que constroem o
amanhã do desporto nacional.
A voz de Portugal ouve-se em Skopje
Em Skopje, onde o rio Vardar desenha
caminhos entre a história e a modernidade, a presença de ambos é uma melodia
que soa com esperança. Não é somente o som das bolas na madeira ou dos aplausos
nas bancadas — é o eco de um país que, com humildade e esforço, continua a
marcar presença onde importa.
Portugal volta assim a dizer
“presente” com jovens que levam consigo não exclusivamente o talento, mas
também o respeito, o espírito de sacrifício e o amor pela camisola.
Os portugueses caminham agora numa
nova etapa do FOJE com os olhos postos no pódio — mas com os pés bem assentes
na mesa. Entre ataques cruzados e defesas estratégicas, os jovens portugueses
estão a escrever uma história de determinação e orgulho nacional.
A próxima jogada está prestes a
acontecer. E Portugal continua a torcer, com esperança e admiração, por cada
movimento da raquete.
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