Diamantino Pinto, grande mestre da raquete do ténis de mesa lusitano

                                                           Por António Vieira Pacheco

Diamantino Pinto é uma lenda do ténis de mesa de Portugal.
Créditos: Direitos Reservados: A força de Ermesinde, um dos nomes mais sonantes da modalidade.

Quer saber como um jovem de Ermesinde se tornou uma lenda viva do ténis de mesa português? Acompanhe esta inspiradora trajetória até à última linha.

Um nome eterno no ténis de mesa português

Há nomes que não se apagam com o tempo. Chamam-se — e continuam a chamar-se — Diamantino Pinto. Ermesinde, estação de partidas e chegadas, foi o ponto de partida de um destino singular. Natural daquela terra de linhas férreas e sonhos cruzados, nascido em 1962, este homem atravessou décadas com uma raquete na mão e um sonho no coração. Desde cedo, trocou o som dos comboios pelo ritmo da bola de ténis de mesa.

Aos 63 anos, continua a marcar presença ativa nas mesas portuguesas como atleta veterano do Guilhabreu, clube vilacondense, mas   é muito mais do que isso: é história viva, mentor, e um dos mais respeitados embaixadores da modalidade.

E ainda hoje sonha mais alto: ser dirigente da Federação Portuguesa de Ténis de Mesa, para devolver ao desporto aquilo que ele lhe deu — e transformar sonhos em projetos concretos.

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Onde tudo começou: o CPN e as raízes de um campeão

 O Clube de Propaganda da Natação (CPN), em Ermesinde, foi onde tudo começou. Foi ali, entre os apitos das locomotivas e o pulsar da cidade operária, que Tino, para os amigos, forjou a sua disciplina — e onde uma raquete encontrou a sua mão certa. Tinha nove anos quando pegou pela primeira vez numa raquete, sob a orientação do lendário Álvaro Mendes. O talento, a dedicação e o espírito competitivo tornaram-se visíveis logo nos primeiros anos. Ao lado de colegas como Vítor Pina e Elmano Monteiro, elevou o nome do CPN, da cidade e do concelho de Valongo ao panorama nacional.

Diamantino conquistou títulos de singulares e pares, em jovens e Taças de Portugal pelo seu clube de coração, CPN. A sua técnica refinada e a serenidade em jogo valeram-lhe a chamada às seleções nacionais, onde representou Portugal desde júnior até sénior.

Um pioneiro além-fronteiras: o primeiro português em Espanha

Em tempos em que cruzar a fronteira era feito somente por atletas de elite, ele rumou à cidade espanhola de Vigo, onde representou o emblemático clube Mercantil, um dos históricos da Galiza — uma cidade onde, como as ondas do Atlântico que nunca param, o talento de Diamantino ganhou força e impulso para novas conquistas

Vigo, porto de desafios e oportunidades, recebeu Diamantino como quem acolhe um velejador experiente que navega mares desconhecidos, traçando rotas que abriram caminho para muitos que viriam depois.

Esse passo ousado abriu caminho a novas possibilidades para jogadores portugueses e colocou o nome de Diamantino como pioneiro do ténis de mesa profissional em Espanha. Foi, sem dúvida, uma página marcante da sua carreira — e da história da modalidade em Portugal

O regresso ao FC Porto e a pausa inesperada

Mas o que levou Diamantino a voltar ao ténis de mesa depois de tanto tempo afastado? Descubra a força que o trouxe de volta às mesas.

Depois da aventura espanhola, Diamantino regressou a casa. Representou o FC Porto, como jogador e treinador, levando a sua experiência internacional para o interior das mesas azuis dos dragões. Mais tarde, regressou ao CPN para fechar o ciclo iniciado na juventude.

Contudo, uma pausa de 14 anos afastou-o das competições. A vida familiar, as exigências profissionais, e o tempo para os seus filhos ocuparam o lugar que a raquete guardara. Mas o ténis de mesa não se esquece de quem o viveu com paixão — e Diamantino também não o esqueceu.

O renascimento: veterano, formador e campeão

O regresso aconteceu aos 45 anos, por intermédio do Inatel, ao serviço das Tintas CIN. A motivação era pura: voltar às mesas, competir e inspirar. Nos anos seguintes, jogou pelo Guilhabreu, onde se tornou uma lenda no escalão de veteranos: foi cinco vezes campeão nacional, somente travado por lesões no sexto título.


Mas não foi só com os próprios pontos que continuou a brilhar. Nos últimos anos, dedicou-se à formação, com especial enfoque no Centro de Alto Rendimento de Gaia, por meio de um projeto conjunto entre a Associação de Ténis de Mesa do Porto e a Câmara Municipal de Gaia. Treinava jovens dos 5 aos 13 anos, plantando sementes de futuro. Alguns dos seus pupilos foram chamados à seleção nacional, e Diamantino foi convidado pela Federação Portuguesa de Ténis de Mesa (FPTM) para orientar a seleção sub13 numa prova internacional.

Compromisso com o futuro: da raquete à liderança

Para a figura do ténis de mesa português, a mesa não é o único espaço onde se joga o futuro da modalidade. Em 2024, deu um segundo passo que há muito vinha a amadurecer: integrou a Lista C candidata às eleições da FPTM, como vice-presidente, ao lado de Mário Teixeira, cabeça de lista.

Embora a lista tenha sido derrotada nas urnas, a candidatura da lista do nortenho foi marcada por um projeto sério, com foco na formação, na descentralização do apoio aos clubes, e numa maior valorização do escalão de veteranos. O compromisso mantém-se: ajudar a transformar a estrutura federativa com conhecimento de dentro e com visão de quem conhece o ténis de mesa em todas as suas frentes.

Entre o passado que honra e o futuro que sonha


Mais do que um nome ou uma história, ele é uma inspiração viva. De Ermesinde a Vigo, do CPN ao Guilhabreu, dos palcos nacionais às arenas internacionais, o seu percurso prova que o ténis de mesa é mais do que um desporto — é um modo de vida.

E aos 63 anos, o mestre da raquete não pensa em parar. Continua a ensinar, a jogar, a partilhar e a sonhar. Porque para os verdadeiros campeões, o jogo nunca termina — apenas se transforma noutras formas de entrega.

E o leitor/a, qual foi a sua inspiração ao conhecer a história do mestre da raquete? Partilhe a sua opinião nos comentários e continue a acompanhar para mais histórias de paixão e dedicação no ténis de mesa. 

Gostou desta história? Então leia a narrativa sobre José Viegas.


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