João Domingues: “Tenho de aceitar a dor”
António Vieira Pacheco
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Créditos: FPT: João Domingos fala sobre as dores nas costas |
João Domingues, o experiente tenista
português de 31 anos, voltou às vitórias no ATP Challenger Tour. No entanto, o
regresso não se dá da forma que o próprio idealizou. Ainda a recuperar das
dores nas costas que o afastaram das competições, o caminho do atleta tem sido
marcado pela gestão de uma condição física que o obriga a adaptar a sua
abordagem ao jogo.
O triunfo contra o alemão Sebastian
Fanselow no Oeiras Open 5 foi um marco importante, mas João Domingues reconhece
que ainda não está totalmente recuperado: “Não volto a 100%”. Apesar
disso, ele sabe que está num processo contínuo de recuperação, tanto físico
quanto mental, e que o caminho de regresso aos grandes palcos será longo e
cheio de desafios.
O novo lema de João Domingues: “Gerir e aceitar”
A vitória foi importante, mas o tenista português tem uma visão muito pragmática do seu regresso: “É dia a dia. Às vezes tenho crises, outras não”. Com isso, João adota um novo lema para a sua carreira: gerir e aceitar. Esse processo de adaptação não é somente físico, mas também mental.
A dor, a incerteza e a gestão das
expectativas fazem parte da nova realidade de Domingues, que se vê obrigado a
equilibrar a ambição com as limitações que o seu corpo impõe-lhe.
Não é fácil. E, embora o seu desempenho é positivo, o tenista sabe que o processo é demorado e exige paciência. “Fui competitivo, estive presente e bem em alguns momentos. Mas preciso de ser mais intenso para chegar onde quero chegar”, diz com um olhar atento ao futuro.
Para Domingues, cada vitória agora tem um sabor especial. Não porque ele tenha voltado a conquistar os títulos dos velhos tempos, mas porque, num momento onde a dor e as dúvidas são constantes, estar novamente a competir é uma conquista por si só.
“Estar aqui a jogar, mesmo
sem ser da forma que gostaria, é sempre bom”, afirma, destacando a
importância do regresso às competições após uma desistência recente devido às
dores nas costas.
Essa vitória contra Fanselow não
significa o retorno ao auge, mas é um lembrete da força de vontade do atleta em
seguir, apesar das dificuldades.
A dor como companheira de viagem
A dor nas costas tem sido uma
constante na sua carreira, e sabe que terá de conviver com
ela durante algum tempo. “Tenho de aceitar a dor”, admite, explicando
que não será possível voltar a competir com o mesmo nível físico de antes. Para
ele, a adaptação é a chave para seguir. Mais do que um problema
físico, a dor também exige uma gestão emocional cuidadosa, que vai além do desempenho
no campo.
O seu processo de adaptação inclui
aceitar a sua condição física e, ao mesmo tempo, se permitir a competir ao mais
alto nível possível. Este equilíbrio entre as limitações e as ambições será o
seu maior desafio.
O futuro
Domingues ainda tem um longo
caminho a percorrer para recuperar o seu nível ideal de jogo, mas tem
claras as suas metas: voltar a competir nos grandes palcos, Agora tem pela frente o desafio de enfrentar o suíço Leandro Riedi
na próxima fase do Oeiras Open 5, e essa é mais uma oportunidade para mostrar que, apesar das limitações, continua a ser competitivo.
O processo de regresso será demorado,
mas João sabe que cada passo dado é uma vitória. “Estou feliz por estar na
segunda ronda do qualifying”, proferiu, com um sorriso contido. E é
justamente essa persistência e determinação que caracterizam o português na sua jornada.
Entre lesões, desafios físicos e uma
recuperação que continua longe de ser ideal, o português continua a lutar
pela sua posição no circuito internacional.
O seu regresso não é apenas uma vitória contra um oponente, mas contra as adversidades que a vida lhe trouxe. À medida que avança, passo a passo, demonstra a sua força de vontade e o desejo de recuperar...
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