Borges numa questão de A(L)TITUDE
Por Manuel Pérez
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Créditos: ATP Tour. Maiato tem jogo para se impor na a(l)titude de Madrid. |
Não há muitos torneios disputados acima dos 600 metros do nível do mar,
condições onde o jogo muda, e o Mutua madrileno Open é o grande referente,
enquanto o ATP250 de Quito teve quatro edições até 2018, sendo despachado do
calendário pelos exagerados e perigosos 2.800 metros, no Equador.
Nuno Borges experimentou as sensações de Madrid
nos dois últimos anos, mas só esta semana conseguiu saborear um triunfo em
condições que condicionam as escolhas e o físico dos tenistas. Com a menor
densidade de ar (7% relativamente aos encontros ao nível do mar), a bola tem
menos resistência e vai mais rápida e mais longe. Os jogadores dizem que a “bola
voa mais” e sentem menos controlo.
Nuno Borges e a adaptação positiva
O número um português, deixou-nos a
sua opinião, recolhida da vitória sobre Pablo Carreño: “Continuo um bocadinho a
tentar perceber o que realmente resulta competindo em altitude. Acho que tenho
potencial para jogar muito bem aqui. A altitude agrada-me [bicampeão em
Phoenix, a 331 metros de altitude], verifico que o meu golpe de serviço é um
pouco mais recompensado e, por exemplo, na execução de uma pancada de direita e
esquerda a bola sai muito mais reta e torna-se difícil de defender por parte do
adversário”.
Rafael Nadal, em 2019, disse: “Sei que muitas
pessoas não vão compreender, mas nós cá em baixo sabemos que jogar em altitude
é diferente de jogar ao nível do mar”. Poucos anos antes, Roger Federer
considerou: “Para jogar em Madrid é preciso ter uma mentalidade de piso duro”.
Citação que encaixa bem no nosso Nuno Borges!
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Créditos: ATP Tour. Jogar na terra batida em altitude beneficia o jogo do Lidador. |
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