Abalo na grande muralha chinesa!
Por António Vieira Pacheco
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Créditos: WTT. Liu Guoliang renúncia ao cargo de Presidente |
Menos de nove meses depois de a China
ter arrebatado todos os ouros em Paris 2024, estremeceu o império da pequena
bola branca: Liu Guoliang apresentou, ontem, a demissão da presidência da
Federação Chinesa de Ténis de Mesa.
A pergunta colocada por muitos é a seguinte: o sismo provocado na muralha chinesa foi a recente vitória de Hugo Calderano na Taça do Mundo, em Macau?
No comunicado, o lendário campeão
— 49 anos, 11 títulos entre Jogos, Mundiais e Taças do Mundo — justificou
a decisão com a necessidade de “garantir continuidade até Los Angeles 2028”
e de dedicar mais tempo à família. “O meu amor pelo ténis de mesa nunca
mudará”, escreveu.
O sucessor é Wang Liqin, bicampeão
olímpico, vice-presidente desde 2018 e, nas palavras de muitos, herdeiro
natural do mestre.
Como selecionador, Liu guiou a China
a 9 das 10 medalhas de ouro olímpicas disponíveis no seu mandato; como
presidente, perdeu somente um título em dez finais internacionais. A sua
mão firme ergueu gerações — de Ma Long a Sun Yingsha — e influenciou a criação
do WTT, circuito global que preside.
O que muda no tabuleiro mundial?
- Fôlego
para rivais — Uma transição é sempre janela de esperança para o Japão, Coreia do
Sul, Alemanha ou França.
- Nova
diplomacia desportiva — Wang Liqin, mais jovem e próximo das atuais estrelas,
poderá suavizar relações na Federação Internacional de Ténis de Mesa.
- Olhos
postos na formação — Espera‑se reforço dos centros regionais chineses, modelo que Guoliang
começou a desenhar.
Aqui no blogue Entrar no Mundo das
Modalidades, continuaremos a seguir cada batida desta novela asiática.
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