Percurso travado nos 'quartos' para lusos
Por António Vieira Pacheco
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Créditos: FPT. Os dois melhores atletas juniores portugueses. |
No coração dos Alpes franceses, em
Voiron, onde as montanhas se erguem majestosas e o ar fresco e puro parece
imbuir de força aqueles que lá competem, dois jovens prodígios do badmínton
português marcaram presença com um brilho singular no FZ-Forza Alpes
International 2025. Tiago Berenguer e Alexandre Bernardo, ambos juniores de
grande valia, alcançaram os quartos de final, um feito que, apesar de não ter
culminado na tão desejada meia-final, é uma demonstração de coragem e talento.
A jornada, como sempre, foi árdua. Em
busca do tão almejado lugar entre os quatro melhores, os dois atletas da
seleção nacional viram-se frente a frente com adversários da mais alta
categoria: o tailandês Patcharakit Apiratchataset, o primeiro cabeça de série e número dois
mundial de juniores, e o atleta dos Emirados Árabes Unidos, Bharath Latheeh, segundo cabeça de série e número
quatro do ‘ranking’ mundial. Ambos representavam um desafio titânico.
Alexandre Bernardo, com uma entrada
destemida, foi o primeiro a entrar ação. Venceu o primeiro ‘set’ com uma
confiança que fazia adivinhar um possível triunfo. Contudo, a experiência
internacional de Apiratchataset, aliada à sua técnica refinada, levou-o a
conquistar os seguintes, encerrando a partida por 2-1. A derrota foi amarga,
mas não desilustra a qualidade do jogo de Bernardo, que revelou uma maturidade
impressionante.
Do outro lado do court, Tiago
Berenguer, o prodigioso atleta madeirense, lutou igualmente com garra e
perseverança. Enfrentou Bharath Latheeh, um adversário imponente, mas nunca
perdeu a compostura. No primeiro ‘set’, chegou a estar perto de fechar o parcial,
beneficiando de dois pontos para o fazer, mas a pressão na fase decisiva do
‘set’ fez com que cedesse por 22–20. No seguinte foi igualmente equilibrado,
mas, novamente, a sorte sorriu a Latheeh, que avançou para as meias-finais com
um 21–18.
É preciso também destacar o excelente
desempenho de ambos os atletas portugueses, que, nos oitavos de final, já
haviam superado grandes desafios. Alexandre Bernardo impôs-se com autoridade ao
francês Nathan Nguyen, vencendo em três parciais (11–21, 21–16 e 21–17),
enquanto Tiago Berenguer teve uma vitória heroica sobre o indonésio Maharishiel
Gain (21–15 e 27–25), mostrando a sua resiliência e capacidade para jogos
exigentes.
Apesar de terem caído nos quartos de
final, os jovens portugueses mostraram, mais uma vez, a sua qualidade e
espírito indomável. A sua prestação nesta prova é um testemunho da crescente
força do badmínton nacional, refletindo não só o talento individual, mas também
a dedicação e o trabalho árduo que estão a fazer destes jovens promissores
nomes a ter em conta no cenário internacional.
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