Tiago Pereira resiste às adversidades

 Por António Vieira Pacheco
No conforto do seu Algarve, Pereira sonha com voos altos.
Créditos: FPT: Tiago Pereira procura título em Loulé

Loulé, onde o vento percorre neste inverno as ruas estreitas e a chuva desenha reflexos trémulos no asfalto, assiste a mais um capítulo de luta no ténis internacional. Nos hard courts do Clube de Ténis de Loulé, frios sob o céu carregado, desenha-se um palco de resiliência, onde cada deslize pode custar um ponto e cada golpe certeiro vale o dobro sob as rajadas que desafiam trajetórias.

Tiago Pereira (462.º ATP), 20 anos, algarvio de pulso firme, soube esperar para se estrear com um triunfo no Loulé Open by Cimpor. E juntou-se a Pedro Araújo, Francisco Rocha e Diogo Marques, os outros vencedores portugueses deste dia, na segunda ronda.

O embate com Finn Bass (950.º) trouxe-lhe resistência do outro lado da rede, mas também o empurrou para a sua melhor versão. No primeiro set, cada pancada era medida, cada movimento, um ajuste ao vento errante que trocava direções sem aviso. Mas Pereira manteve-se estável, paciente, e arrancou um 7-5 suado. No segundo, já sem receios, libertou-se. A bola corria mais veloz sobre o piso duro, as passadas firmavam-se no campo, e o marcador fechou num autoritário 6-1.

Agora, a chuva pode bater nos telhados, o vento pode testar a fibra dos que ousam permanecer. Mas o algarvio segue, sabendo que o próximo duelo não se decide no clima, nem na história do adversário. Ryan Peniston, ex-123 do mundo, será um novo teste. Experiente, moldado em batalhas maiores. Mas os courts de Loulé não escolhem vencedores antecipadamente. E no piso duro, onde a bola salta sem piedade e cada ponto é um duelo de precisão, só há espaço para quem agarra o momento.

Pereira avança. E Loulé, entre chuva e vento, observa o desenrolar da sua história.


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