Nuno Borges: orgulho em vencer e chegar à terceira ronda nos quatro Grand Slams
![]() |
Créditos: ATP Tour. Lidador ergue os braços com os dois punhos fechados para festejar vitória. |
Um orgulho que transcende o court
Nuno Borges viveu esta quarta-feira mais do que
uma vitória. Em Wimbledon, o melhor tenista português da atualidade escreveu
uma página nova no ténis nacional ao tornar-se no primeiro luso a alcançar,
pelo menos, a terceira ronda em todos os quatro torneios do Grand Slam —
Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open.
“É um feito incrível”, confessou o maiato de 28 anos, após derrotar o britânico Billy Harris por 6-3, 6-4 e 7-6 (7). Apesar da tendência habitual para a discrição, o lutador Lidador abriu espaço para o orgulho pessoal num momento histórico:
“É sem dúvida especial poder dizer que o fiz em todo o lado.”
A bandeira, o processo e o equilíbrio
Mais do que os números, o Lidador mostrou-se fiel ao seu percurso: focado, realista e constante. Embora reconheça
o valor simbólico de “levar a bandeira de Portugal mais longe”, sublinhou que o foco maior é interno. “Pensar demasiado é uma
pressão desnecessária. Prefiro concentrar-me no meu processo”, explicou,
num equilíbrio emocional que tem sido uma das marcas da sua ascensão.
Consistência acima do brilho pontual
Ao contrário de outros nomes que surgem como cometas no circuito, Borges construiu a sua carreira com base na regularidade. E isso nota-se no discurso:
“Nunca fui o jogador que aparece do nada, ganha um torneio e depois desaparece. Sempre fui mais de construir com consistência — quartos de final, meias-finais… resultados ao longo do ano.”
Essa solidez tem-lhe permitido
crescer com segurança, sem pressas, e agora saborear os frutos com
legitimidade.
Um jogo de mérito e contenção
Sobre a vitória frente ao britânico
Billy Harris, Borges admitiu que não foi um jogo “incrível”, mas sim “sólido
e com poucos erros”. E isso, no ténis de alto nível, muitas vezes basta.
Aproveitou os momentos de menor fulgor do adversário e foi eficaz nos momentos
decisivos — especialmente no tiebreak final, onde salvou dois ‘set’ points e
fechou com frieza.
“Foi um alívio gigante”, resumiu.
Sentir que é possível... em qualquer lado
Há algo de reconfortante na maneira como Borges olha para os números — não com vaidade, mas como afirmação de que pode competir em qualquer cenário:
“Estas estatísticas mostram que tenho hipóteses seja qual for o torneio, seja em altitude, ao nível do mar... Ganhar em todo o lado é algo que me dá muito orgulho.”
Com esta segunda vitória consecutiva
em Wimbledon — onde até então nunca tinha vencido —, Borges prossegue
agora para a terceira ronda, onde encontrará o russo Karen Khachanov, atual
número 20 do mundo.
Comentários
Enviar um comentário
Críticas construtivas e envio de notícias.