Entre diálogos e projeções: a primeira cimeira de Presidentes de Ténis de Mesa

                                                                                             Por António Vieira Pacheco

Reunião de presidentes em Lisboa.
Créditos: FPTM. A reunião dos Presidentes em Lisboa, contou com 11 líderes regionais.

Um encontro inédito

Num tempo em que o silêncio é muitas vezes mais frequente do que o diálogo, a sede da Federação Portuguesa de Ténis de Mesa (FPTM), em Lisboa, foi hoje palco de uma reunião que rompeu com a rotina: a primeira cimeira de presidentes das Associações Regionais.

Num espaço habitualmente reservado à gestão do dia a dia da modalidade, entraram palavras de balanço, partilha e, sobretudo, de projeção. O encontro contou com presenças físicas e participações via ‘streaming’, espelhando um país desportivo diverso, mas que se quer unido.

A voz dos distritos

Estiveram representadas onze associações, Viseu, São Miguel e Terceira estiveram ausentes, cada uma trazendo na bagagem as suas realidades locais, os seus desafios e as suas esperanças. Sentaram-se à mesma mesa os seguintes presidentes:

  • Algarve — Fernando Bitoque
  • Aveiro — Hélder Rocha
  • Braga — José Batista
  • Coimbra — José Luís Martins
  • Évora — António Falé
  • Leiria — Mário Silva
  • Lisboa — Carlos Ferreira
  • Madeira — Vítor Morais
  • Porto — Rui Amaral
  • Viana do Castelo — Rui Rego
  • Vila Real — Minhava Peixoto

Mais do que nomes, estas são vozes com histórias, com chão percorrido em pavilhões e campeonatos, com equipas formadas ao longo de décadas. Juntas, estas associações representam o músculo operativo do ténis de mesa nacional, aquele que sustenta, forma e alimenta o topo da pirâmide.

Sete meses depois

A cimeira teve como ponto de partida os primeiros sete meses de mandato da atual Direção da FPTM. Tempo suficiente para sair do impulso inicial e encarar os contornos da realidade.

Foram debatidas medidas tomadas, estratégias implementadas e pontos de contacto entre o trabalho da Federação e as necessidades reais das regiões. Um exercício de escuta mútua, onde mais importante do que falar foi saber ouvir.

A palavra “colaboração” surgiu repetidamente. Não como ‘slogan’, mas como proposta de caminho. Num desporto onde a descentralização é inevitável, o alinhamento entre estruturas revela-se essencial para um crescimento sustentado.

À sombra da época que se aproxima

Mas não se tratou apenas de olhar para trás. O grande objetivo esteve no futuro: desenhar já o esboço da época 2025/2026.

Foram lançadas ideias, apontadas prioridades, sublinhadas necessidades logísticas e formativas. Do planeamento de competições à aposta na base, passando pelo apoio a atletas e clubes, o mapa começou a ganhar contornos.

Neste diálogo, notou-se também uma preocupação transversal: valorizar os agentes do desporto local, desde treinadores e árbitros até aos dirigentes voluntários. Sem eles, os calendários seriam apenas folhas em branco.

Um gesto simbólico, um sinal concreto

Mais do que uma reunião, esta cimeira simboliza um passo importante: o reconhecimento de que a força da modalidade está nos seus alicerces.

A presença simultânea de diferentes geografias — do litoral ao interior, do continente às ilhas — reforça a ideia de que o ténis de mesa é verdadeiramente nacional. E que para evoluir, precisa que todos os vértices da pirâmide se olhem nos olhos.

Em tempo de escuta

A Federação lançou um gesto. As associações responderam. Entre palavras, sorrisos, partilhas e preocupações, ficou a certeza de que o ténis de mesa português não é uma soma de vontades isoladas, mas um corpo coletivo em movimento.

Esta cimeira não encerrou processos — abriu caminhos. E é nesses caminhos que, com raquete ou com palavra, se constrói o futuro.


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