Duo luso levado pelo vento na China

                                                                                             Por António Vieira Pacheco

Ares da terra que nasceu fizeram-lhe mal.
Créditos: FPTM. Fu Yu eliminada.

Na longínqua Taiyuan, na China, onde o sol nasce mais cedo e os passos ecoam leves sobre madeiras milenares, duas portuguesas enfrentaram o destino com raquetas na mão e esperança no olhar. Shao Jieni e Fu Yu, nomes que o ténis de mesa luso conhece com orgulho, foram varridas pelo sopro indiferente da sorte nesta quinta-feira,

Na primeira ronda do quadro principal do WTT Contender daquela cidade chinesa, Jieni, a número 50 do mundo, não resistiu à arte refinada da macaense Zhu Yuling, que a despediu da mesa com um 0-3 seco e frio — 6-11, 9-11, 4-11 — como se cada ponto fosse um sopro mais no castelo de cartas que é a glória no desporto. Nada restou, senão o silêncio do esforço e o peso da derrota.

Fu Yu, com o número 70 às costas, encontrou uma adversária invisível ao ‘ranking’, mas não ao talento — Jie Li, dos Países Baixos, trouxe o imprevisto no bolso e deixou a portuguesa com um único ‘set’ ganho (11–8), antes de virar o jogo e levá-lo sem apelo nem agravo: 7-11, 7-11 e 8-11.

Assim se foi o sonho português em Taiyuan — não com estrondo, mas com o sussurro subtil de quem parte antes de ter chegado. E o tudo, sim, o tudo o vento levou.

 

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