Henrique Rocha cai de novo na relva onde se veste de branco

                                                                    Por António Vieira Pacheco
Portuense ficou pelo caminho no qualifying de Wimbledon.
Créditos: ATP Tour. Novamente, o portuense não passou o qualifying em Wimbledon.

                        Adeus Wimbledon, até ao próximo ano!

Na catedral sagrada do ténis, onde os sonhos deslizam sobre relva e se veste de branco como quem entra em silêncio num templo, Henrique Rocha voltou a sair em tons de despedida. Um ano após ter sentido o mesmo amargo sabor, o jovem português (158.º ATP) foi novamente travado na segunda ronda do qualifying de Wimbledon, em Roehampton, diante da consistência madura do chileno Tomás Barrios Vera (107.º). O marcador — 6-4 e 6-3 — contou a história de um duelo onde a vontade não foi suficiente para romper o equilíbrio adversário. Foi também a desforra do sul-americano, que perdera os dois confrontos anteriores com o português.

Rocha não arranjou o antídoto certo 

Na primeira dança sobre a relva, Rocha viu-se cedo em desvantagem: o segundo jogo do seu serviço foi quebrado, e com ele esfumou-se a paridade. Barrios Vera, sereno, limitou-se a manter a margem até ao fim do ‘set’. No segundo parcial, as esperanças reacenderam-se, mas foram breves: duas quebras sofridas e uma única oportunidade de resposta — que não se concretizou — bastaram para selar o destino do português.

Foi uma partida onde, mais do que falhas gritantes, se notou a diferença subtil da experiência e da eficácia. Rocha, de 20 anos, voltou a cair na ronda intermédia do qualifying, tal como em 2023 — então após vencer o compatriota e amigo Jaime Faria na estreia.

A hera de Wimbledon segue indiferente à juventude dos sonhos. Mas Rocha há de regressar. E um dia, talvez, pisará o court 1, com o branco vestindo o corpo — e o verde a não lhe pedir desculpa.

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