Nuno Borges não resiste ao cansaço
Por António Vieira Pacheco
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Créditos: ATP. Dura derrota em Monte Carlo. |
Ainda com as marcas frescas da
maratona de três horas e 11 minutos frente ao espanhol Pedro Martínez, Nuno
Borges entrou hoje no court com as pernas pesadas e o olhar cansado. Não foi
desta que o número um nacional conseguiu derrubar um jogador do top 10 nem
garantir a tão ambicionada presença nos quartos de final de um dos Masters
1000. Frente ao grego Stefanos Tsitsipas, oitavo do mundo e dono de três
títulos no principado, Borges simplesmente não teve resposta — e talvez nunca
tenha tido hipóteses reais, não tanto pela diferença de estatuto, mas pelo
esforço despendido na véspera.
O campeão em título dos Masters 1000
de Monte Carlo, com um impressionante registo de 19 vitórias em 20 encontros desde 2021, mostrou desde cedo ao que vinha. Com parciais claros de 6-1
e 6-1, fechou o encontro em pouco mais de uma hora, num duelo onde o maiato
somente ameaçou no arranque. O português teve três oportunidades de break logo
no jogo inaugural, iludindo momentaneamente quem acreditava que a magia da
ronda anterior ainda podia prolongar-se. Mas Tsitsipas segurou-se, quebrou de
imediato e não voltou a olhar para trás.
No segundo ‘set’, o Lidador até
reagiu ao primeiro break, devolvendo a quebra de serviço, mas foi sol de pouca
dura. O grego embalou com cinco jogos consecutivos, deixando o português sem
soluções e sem energia para discutir o resultado.
O maiato, que sonhava tornar-se
somente no terceiro português a atingir os quartos de final de um torneio deste
calibre, despede-se do Mónaco com uma subida no ‘ranking’ — deverá ascender ao
41.º lugar ATP — e segue agora rumo a Munique, onde o espera o ATP 500 alemão.
Leva na bagagem o consolo da vitória sofrida frente a Martínez e rambém diante do
dinamarquês Holger Rune (12.º mundial), mas também o peso de mais uma
oportunidade que escapou por entre os dedos, talvez traída pelo próprio corpo.
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