Portugal cede diante da Croácia

                                                                   Por António Vieira Pacheco

Francisca Jorge segue as pidas da irmã mais nova.
Créditos: Francisca Jorge perdeu, Croácia venceu o encontro.

A garra que define Francisca Jorge, sobretudo quando, com o coração a pular forte, ostenta a bandeira portuguesa ao peito, não foi suficiente para evitar a primeira derrota de Portugal na série D do grupo I da zona Europa/África, que se desenrola na SEB Arena de Vilnius, na Lituânia.

Depois de uma vitória sem contestação sobre a Letónia na véspera e a derrota da irmã mais nova na estreia da segunda jornada frente à Croácia, a vimaranense, com o peso da responsabilidade a pressionar os ombros, entrou em cena, sem margem para erro, diante de Antonia Ruzic. A croata, no auge da sua carreira, 114.ª no ‘ranking’ mundial, uma jovem de 22 anos que florescia como o amanhecer de uma primavera inesperada. A portuguesa, ainda a buscar o seu lugar no mundo, na 253.ª posição, começou por levar a melhor, conquistando o primeiro ‘set’ (6-4), um sinal de força, um lampejo de esperança. Mas o destino, muitas vezes, troca-nos as voltas. Ruzic, como um vento impetuoso, virou o jogo no segundo ‘set’ (1-6), deixando Francisca sem resposta.

No ‘set’ decisivo, o duelo tornou-se uma luta silenciosa contra o tempo, uma batalha de almas. Ao fim de 2 horas e 13 minutos, o placar se inclinou para a croata, que levou o jogo por 4-6. A diferença foi pequena, mas pesada como uma sombra estendida ao fim do dia.

Embora Francisca tenha sido superior na percentagem de primeiros serviços (62,8%), não soube aproveitar a força que lhe parecia favorável. A croata, mais incisiva, somou 43 pontos, enquanto a portuguesa se ficou pelos 36. A mesma história no segundo saque, onde Ruzic converteu mais dois pontos de break do que a nossa heroína (seis contra quatro).

Ainda assim, a derrota não apaga a chama. A contenda pode estar decidida, mas o caminho continua a ser trilhado, com o olhar firme na próxima batalha. Neuza Silva, a capitã de alma forte, chama Angelina Voloshchuk e Inês Murta para o campo, onde, como dois astros em ascensão, desafiarão Tara Wuerth e Iva Primorac. O jogo segue, imperturbável, e o coração de Portugal ainda bate firme, à espera da próxima vitória.


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