Cabral: “As sensações não são as melhores”

                                                                    Por António Vieira Pacheco

Portuense analisou a derrota na final de pares.
Créditos: FPT. Portuense analisou o encontro da final de pares.

Francisco Cabral, o segundo português a pisar uma final, ontem, em Oeiras, saiu sem o troféu nas mãos — mas não sem história para contar. Ao lado do austríaco Lucas Miedler, enfrentou a dupla polaca Karol Drzewiecki e Piotr Matuszewski. Luta intensa, margens curtas. Perderam. Mas perderam com honra.

“As sensações não são as melhores, mas quando tiver mais tranquilo dá para pensar um pouco mais.”

Cabral falava com a lucidez de quem viveu cada ponto. E com a dor serena de quem sabe que deu tudo. A derrota decidiu-se nos detalhes: bolas que até então não falhara, pontos de ouro perdidos por pouco, um jogo que podia ter sido seu.

A maturidade de quem já sabe o caminho

“O ténis é assim. Para a semana já tenho uma nova oportunidade.”

E é mesmo assim. A resiliência é a maior arma de um jogador que conhece o sobe e desce das emoções. O torneio em Oeiras foi, nas suas palavras, “atípico”. A chuva, os adiamentos, a espera longa até às 19 horas e 30 minutos — e no fim, o encontro adiado para o dia seguinte. Nada fácil. Mas o portuense não cedeu à frustração.

“Já meti na cabeça há algum tempo, o qual é escusado importunar-me ou gastar energia com coisas que não posso controlar.”

Fica o exemplo de profissionalismo, a maturidade de quem já aprendeu que o ténis não se joga só com o braço — joga-se com a cabeça e, acima de tudo, com o coração. 

Cabral saiu vice-campeão. Mas jogou como um gigante.

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