Caminho de ferro rumo às meias-finais
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Gastão Elias 'só' necessitou de dois ‘sets’ para qualificar-se para as meias-finais. |
No cálido município de Réus, em
Tarragona, onde hoje o céu se mistura entre o cinza das nuvens e as abertas de
sol, Gastão Elias escreveu mais um capítulo da sua história tenística. O tempo,
caprichoso como o próprio jogo, alternava entre nuvens pesadas e breves
momentos de luz, como se o universo observasse e fosse cúmplice da sua jornada.
Ao celebrar pela terceira vez consecutiva nesta cidade, o tenista da Lourinhã
deu um passo firme em direção às meias-finais do ITF M25, um torneio que, como
um palco íntimo, assiste ao desabrochar da sua perseverança e talento.
Com 34 anos e já com a experiência de
quem percorre os meandros do circuito, Elias o segundo cabeça de série,
venceu o britânico Felix Gill por 6-4 e 7-6 (7), numa batalha que exigiu do
português não só técnica, mas também uma mentalidade de ferro. No derradeiro
jogo de resposta do segundo ‘set’, Elias teve de suar a camisola e salvar
quatro match points antes de levar o seu jogo a um tiebreak. No ponto decisivo,
uma tensão que se fazia sentir no ar: uma negação a um ‘set’ point e mais duas
tentativas até que, finalmente, a vitória se consumasse.
A viagem até às meias-finais não foi
desprovida de desafios. O tenista português teve de se sobrepor ao argentino
Julio Cesar Porras e ao espanhol John Echeverria, duas vitórias que exigiram
concentração, força mental e aquela raça característica dos que nunca se
rendem.
Agora, de olhos postos no segundo
título da temporada, o português sabe que o caminho até à final será arduamente
disputado. O vencedor do duelo entre o francês Clement Tabur e o espanhol Alex
Martinez, ambos classificados à sua frente no ‘ranking’, será o próximo obstáculo. Mas
Elias, com a experiência de quem já viu muitas lutas, caminha tranquilo, com a
confiança de quem sente o jogo nas mãos e o título à distância de mais uma
batalha.
Em cada pancada, em cada respiração,
Elias escreve a sua própria poesia nas linhas do campo de ténis. E, ao olhar
para o horizonte catalão, sabe que a sua história não é feita de vitórias
somente, mas de persistência, de sonho, de alma. É isso que o torna ainda mais
forte, ainda mais imbatível.
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