FPTM celebra 81 anos: Malheiro destaca crescimento e consolidação da modalidade

 🖋️Por: António Vieira Pacheco

📸 Créditos: Federação Portuguesa de Ténis de Mesa

⏱️ Tempo de leitura: 5 minutos

Fernando Malheiro discursa na Sessão Solene.
Fernando Malheiro, presidente da FPTM, faz o primeiro balanço do seu mandato.

Um ano de maturidade e oportunidades

No dia em que a Federação Portuguesa de Ténis de Mesa (FPTM) celebra 81 anos, o presidente Fernando Malheiro olha para a modalidade com atenção e esperança. Eleito há cerca de um ano para um mandato de quatro, faz um balanço, ao Entrar no Mundo das Modalidades, de um período marcado por maturidade e crescimento, em que ambição e oportunidades se cruzam com resultados concretos e uma visão estratégica clara.

Para Malheiro, o ténis de mesa português combina desempenho de alto nível com estrutura sólida, inclusão e inovação, e cada conquista contribui para consolidar uma história viva da modalidade, capaz de inspirar gerações de atletas e dirigentes.

“Estas vitórias, mistura de talento e esforço, refletem não somente o sucesso competitivo, mas também o crescimento estruturado e a consolidação de uma comunidade que olha para o futuro com confiança e ambição.”

Malheiro sublinha que “este ano de gestão não se resumiu a resultados imediatos. Foi também período de reflexão sobre os processos internos, sobre a necessidade de fortalecer a base da modalidade e de assegurar que as políticas da FPTM respondam às necessidades de todos os agentes envolvidos.”

A liderança próxima, o diálogo constante e a aposta em formação de qualidade tornaram-se pilares centrais desta abordagem, que visa não somente competir, mas construir sustentabilidade e profissionalismo a longo prazo.

Conquistas históricas

Os elementos dos Órgãos Sociais da FPTM.
A equipa da FPTM na tomada de posse há um ano.

O primeiro ano de Malheiro à frente da FPTM ficou marcado por conquistas que se assumem como históricas para o ténis de mesa português. Vários jovens atletas conquistaram medalhas em campeonatos da Europa e do Mundo, enquanto ambas as equipas seniores se qualificaram para o Mundial, um feito inédito. A equipa feminina alcançou a medalha de bronze em competição internacional, demonstrando que o país tem talento em várias frentes e categorias.

O dirigente acrescenta que “o crescimento vai além dos resultados pontuais, refletindo-se no número recorde de atletas, treinadores e árbitros envolvidos em programas de Alto Rendimento e na participação histórica nos projetos olímpico e de esperanças olímpicas.”

“A arbitragem portuguesa também se destacou, com representantes presentes em finais de campeonatos do Mundo e da Europa, demonstrando a qualidade técnica do quadro nacional e o nível de profissionalismo atingido”, revela o Presidente.

Além disso, a FPTM tem investido na expansão da modalidade para novos territórios e na valorização de talentos emergentes, criando condições para que jovens atletas possam competir internacionalmente sem comprometer a formação académica ou o desenvolvimento pessoal. Este equilíbrio entre desempenho e educação é, segundo Malheiro, “um dos fatores que distingue o ténis de mesa português de outros desportos em que o alto rendimento pode comprometer o percurso escolar dos jovens atletas. ”

Liderança próxima e escuta constante

Para o presidente, a liderança participativa e a escuta ativa são fundamentais. “As vozes dos jogadores, treinadores, árbitros e dirigentes são ouvidas por meio de vários canais formais e informais”, explica. Ao longo do ano, três Assembleias Gerais, o Fórum do Ténis de Mesa e a Cimeira dos Presidentes de Associações permitiram recolher contributos essenciais para a tomada de decisões, garantindo que cada iniciativa ou mudança estratégica esteja fundamentada na experiência prática de quem vive a modalidade diariamente.

A presença frequente nas competições permite ainda um contacto direto com as preocupações e sugestões da comunidade.

“Fazemos questão de estar no terreno, presentes na maioria das provas, para ouvir diretamente preocupações e sugestões. Acreditamos numa liderança de escuta, diálogo e cooperação”, reforça.

Mesmo agentes sem direito a voto têm espaço de expressão, por meio de fóruns abertos e iniciativas de partilha de ideias, garantindo que todos os envolvidos se sintam representados e valorizados. Este modelo de liderança próxima, segundo o Presidente da FPTM, “tem contribuído para reduzir conflitos internos e para criar um ambiente de confiança, essencial para o crescimento sustentável da modalidade.

Associações distritais como alicerce

Malheiro sublinha o papel central das associações distritais na consolidação da modalidade.

“Elas representam o território, unem o país e asseguram dinâmica competitiva em todas as regiões e ilhas. Sem estas estruturas, o crescimento equilibrado da modalidade não seria possível.”

As associações asseguram que clubes, atletas e dirigentes tenham voz e oportunidades para desenvolver o ténis de mesa de forma coerente, promovendo uma rede sólida de prática desportiva e de formação em todo o país.

A importância destas estruturas reflete-se não apenas na organização de competições locais, mas também na identificação e promoção de talentos, contribuindo para a sustentabilidade a longo prazo e para a competitividade internacional.

Desafios estratégicos

Entre os desafios que exigem atenção imediata, Malheiro destaca a transição entre gerações, garantindo que os jovens talentos se afirmem e sucedam à atual geração de ouro, o financiamento público ainda insuficiente face às exigências do alto rendimento e das principais competições internacionais, e a renovação da base humana, aumentando o número de atletas, treinadores, árbitros e dirigentes.

“Enfrentar estes desafios requer planeamento estratégico, diálogo e ações concretas, equilibrando resultados imediatos com investimento nas futuras gerações”, sublinha.

O dirigente acrescenta que estes desafios não são obstáculos, mas oportunidades para estruturar melhor a modalidade, melhorar processos internos e consolidar a posição de Portugal no panorama internacional. Ao comparar com modalidades de grande sucesso mediático, Malheiro observa que o ténis de mesa precisa de combinar resultados de elite com maior visibilidade mediática para atrair patrocinadores e investimento privado.

Apoio a clubes e atletas

O apoio direto a clubes e atletas constitui outro eixo central da FPTM. O organismo máximo que rege a modalidade assegura todas as condições de preparação para as seleções, do CAR às competições internacionais, e promove programas como o Ténis de Mesa vai à Escola, que se tornou uma referência nacional.

“O apoio técnico, logístico e, sempre que possível, financeiro garante que o crescimento da modalidade seja coeso e inclusivo em todo o país”, afirma.

Este suporte não se limita aos atletas de elite, abrangendo também jovens em formação, clubes emergentes e associações locais, assegurando que todos possam beneficiar de recursos e conhecimento técnico.

Inclusão, inovação e visibilidade

Malheiro na apresentação do Prémio Fernando Gomes.
Fernando Malheiro, na apresentação do prémio Fernando Gomes, em investigação cientifica.

A inclusão e a inovação estão no centro da estratégia da FPTM, com participação equilibrada entre homens e mulheres, iniciativas pioneiras no desporto adaptado e estágios internacionais para seleções de Para Ténis de Mesa. A criação do Prémio Fernando Gomes em Investigação Científica aproxima a modalidade do mundo académico, fomentando investigação e inovação no desporto.

“O ténis de mesa ainda não recebe o apoio financeiro que os resultados justificam”, pronuncia com mágoa.  

Sobre a comunicação da FPTM refere: “As nossas redes sociais cresceram muito este ano, refletindo o interesse do público, mas na exposição mediática nos grandes meios de comunicação ainda há um caminho a percorrer. Pelo trabalho desenvolvido e pelos resultados obtidos, merecemos um destaque muito maior.”

Olhar para o futuro

Malheiro encerra com uma mensagem de gratidão e propósito coletivo:

“Obrigado a todos que vivem o ténis de mesa diariamente. O esforço de cada um, conta e faz a diferença. Juntos vamos continuar a levar a modalidade a patamares cada vez mais altos.”

Para o presidente, este é somente o início de um ciclo de consolidação e crescimento, em que o trabalho estratégico, a proximidade com a comunidade e o investimento em jovens talentos serão determinantes para o futuro do ténis de mesa em Portugal.

 

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