O 81.º aniversário da FPTM
🖋️Por: António Vieira Pacheco
📸 Créditos: Federação Portuguesa de Ténis de Mesa
⏱️ Tempo de leitura: 3 minutos
🎥 Créditos: Federação Portuguesa de Ténis de Mesa
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| Presidente da FPTM, Fernando Malheiro, discursa para os convidados no anicersário. |
O que falta dizer sobre a Sessão Solene
Parabéns à Federação Portuguesa de
Ténis de Mesa (FPTM), aos seus fundadores e à comunidade da modalidade. Hoje,
assinala-se 81 anos de existência oficial.
Um aniversário que nos convida a
olhar para trás com gratidão — e para a frente com esperança. Refletimos sobre
os passos dados e os que continuam por trilhar.
O ténis de mesa, ou ping-pong, chegou
a Portugal muito antes da fundação da FPTM. Desde os primeiros encontros em clubes de recreação e salões urbanos da alta sociedade, o ténis de mesa encontrou terreno fértil para crescer. A modalidade evoluiu até às grandes competições nacionais e internacionais graças ao esforço silencioso de quem acreditou nela muito antes de se tornar manchete ou medalha.
É por isso que a história merece ser contada — com todas as vozes.
Memória: o alicerce que sustenta o futuro
A FPTM foi criada a 27 de outubro de
1944, formalizando o que já existia de forma espontânea: clubes, jogadores e
competições de ping-pong espalhados pelo país. As cinco associações fundadoras
— Porto, Lisboa, Coimbra, Leiria e Setúbal — deram corpo à instituição e
definiram os primeiros passos organizativos da modalidade.
A sessão solene que celebrou os 81
anos da FPTM realizou-se anteontem, em Lisboa. O evento aconteceu na Sala
Luís Freitas Branco, no Centro Cultural de Belém — espaço que se abre sobre o
Tejo, lembrando os descobridores e o espírito de aventura que moldou o ténis de
mesa português.
Nomes, datas, primeiras competições,
pioneiros e associações fundadoras — tudo isso sustenta o que hoje conhecemos
como ténis de mesa em Portugal.
Quando a celebração ignora essas
raízes, algo essencial se perde.
O desporto não se constrói somente com vitórias recentes — ergue-se sobre
histórias que não podem desaparecer do discurso oficial.
O discurso que revelou lacunas
Na sessão comemorativa, foram
destacados profissionais que asseguram hoje a comunicação federativa e o
funcionamento da modalidade — mérito justo.
O vice-presidente do Comité Olímpico
de Portugal, atual CEO e antigo presidente da Federação Portuguesa de Ténis, revelou
também que o seu pai também jogou ténis de mesa — trazendo uma nota de memória
familiar à cerimónia.
Mas seria igualmente justo recordar
quem esteve lá quando quase ninguém olhava. Ao longo de oito décadas,
jornalistas, cronistas, fotógrafos e pequenas publicações deram visibilidade ao
ténis de mesa português — por amor, por missão, por entender que um país cresce
também pelo modo como o desporto é vivido.
Ficou no silêncio o contributo da
comunicação independente, persistente e voluntária.
Quando
estar de fora
é uma forma de estar dentro
O Entrar no Mundo das Modalidades
recebeu convite para marcar presença na cerimónia — um sinal que agradeço com
sinceridade.
No entanto, por motivos pessoais e
também pela perceção de que a presença poderia ser simbólica, optei por não
comparecer.
A ausência, longe de ser desinteresse, é coerência com o propósito que sempre
guiou este espaço — valorizar a modalidade pelo que ela é, não pelo que se vê
na fotografia oficial.
Continuo a acreditar que o ténis de
mesa merece todas as vozes — mesmo aquelas que nunca são chamadas ao centro do
palco.
O ponto alto da cerimónia foi a atribuição do título de Sócio de Mérito à memória de José Pedro Viegas, vice-presidente da FPTM. Uma homenagem justa a quem tanto contribuiu para que o ténis de mesa português fosse mais longe.
O
que celebramos, afinal?
Um aniversário é mais do que uma data
— é um lembrete do caminho percorrido:
— Dirigentes que mantiveram clubes
abertos contra todas as dificuldades;
— Treinadores que foram família e escola ao mesmo tempo;
— Atletas que transpiram horas para conquistar minutos de glória;
— Árbitros que garantem justiça e respeito pela modalidade;
— Adeptos que carregam a paixão em silêncio, mas sem falhar.
O ténis de mesa português é feito de
gente — essa é a celebração maior.
Cada gesto, cada treino, cada reportagem independente é parte dessa história
viva.
Voz baixa, mas firme
Este texto não é uma crítica dura. É
um apelo sereno para que, nos próximos anos, a história de quem a escreveu
também suba ao palco.
O desporto não precisa que alguém
fique de fora —necessita que todos sejam contados em palavras ou em livro.
Porque esquecer é o primeiro passo para perder — e a memória é o que nos mantém
de pé.
O
papel da comunicação independente
Sem projetos como o Entrar no Mundo das Modalidades, muito pequenas histórias, conquistas e detalhes que moldam o
ténis de mesa em Portugal não chegariam ao público.
A comunicação independente mantém
viva a chama da modalidade — investiga, preserva e partilha, mesmo sem
recursos, reconhecimento ou financiamento.
Dizer “obrigado” por isso não custa
nada — basta atenção, visibilidade e respeito pelo trabalho apaixonado que se
faz na sombra.
Suave convite ao leitor
Se acredita que o ténis de mesa
merece mais espaço e memória — acompanhe e partilhe estas histórias. O Entrar
no Mundo das Modalidades continua a missão de divulgar atletas, clubes e
momentos que não podem ser esquecidos.

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