Tiebreak à moda de Nuno Borges
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Lidador no final festejou e saiu com a língua de fora. |
O que indicava ser uma vitória
tranquila para Nuno Borges tomou contornos mais inesperados, à medida
que o jogo avançava na segunda ronda do ATP 250 de Marraquexe. Depois de um
primeiro ‘set’ claro, ganho por 6-2, o belga Rafhael Collignon, número 92 do
mundo, surgiu diferente na segunda partida. Sem dúvida, algo mudara
na sua abordagem, a sua determinação renovada, como se tivesse
despertado para o desafio que tinha pela frente. O seu jogo foi mais agressivo,
mais preciso, e a confiança parecia fluir a cada ponto disputado. O belga
começou a contestar cada troca com mais energia na superfície irregular e aproveitar o vento que se sentia em Marrocos, e a retoma de ritmo trouxe-lhe
um novo alento.
Os adeptos portugueses, fiéis à sua
paixão e tradição, deviam estar certamente a lembrar-se da famosa máxima: “Se Borges ganhar é ótimo, se perder, não joga nada”. Um reflexo típico da emoção do
desporto, onde a exigência de vitória nunca se esgota, mas a realidade do jogo,
com as suas imprevisibilidades, sempre surpreende. E é nesse cenário, com a
crescente intensidade do segundo ‘set’, que Collignon procurou equilibrar a
contenda. No entanto, a habilidade de Borges em lidar com a pressão foi a chave
para manter o controlo.
Chegado o terceiro ‘set’, o
equilíbrio estava instalado. Nenhum dos jogadores cedeu no seu serviço, e os
pontos tornaram-se disputados, como se a cada troço o jogo fosse mais
uma batalha de resistência, onde cada detalhe contava. A imprevisibilidade da
terra batida, com os seus saltos erráticos e a rapidez das decisões, tornava
cada momento tenso, como se o destino da partida estivesse à beira de se
redefinir a cada novo movimento.
Mas, no tiebreak, a classe de Borges brilhou. Com a calma dos grandes campeões, ele soubera ler o jogo,
soubera antecipar as jogadas e usar toda a sua experiência para tirar partido
da situação. Sem hesitar, com uma tranquilidade impressionante, O Lidador impôs o
seu domínio absoluto, afastando Collignon com golpes certeiros e uma
mentalidade forte. O belga, mesmo em grande recuperação, viu-se aplaudido pela
sua coragem, mas a experiência de Nuno prevaleceu e a exibição de qualidade no tiebreak fez a diferença.
O encontro terminou, então, com a vitória
de Borges em três ‘sets’, por 6-2, 3-6, 7-6 (0) favorável para o português. A terra
batida, implacável, foi mais uma vez sua aliada, permitindo-lhe crescer e
dominar, enquanto o belga, embora derrotado, mostrou a qualidade de quem pode,
um dia, desafiar os grandes nomes do circuito. No desempate, a superioridade do
maiato foi clara, e a vitória foi mais do que merecida, consolidada com
mestria no tiebreak decisivo.
Após superar a estreia, prepara-se agora para disputar o acesso às meias-finais contra Roberto
Carballes Baena, número 51 do mundo e quinto favorito da prova. O espanhol
será um adversário exigente, mas o português traz consigo a vantagem de um
sorriso de vitória no único encontro anterior entre ambos, na última ronda do
qualifying do Millennium Estoril Open de 2021.
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