No Jamor, regressam as heroínas da terra

                                                                    Por António Vieira Pacheco
Irmãs Jorge segundas favoritas no Open de Oeiras.
Créditos: Francisca Jorge e a irmã defendem o título de pares.


Há um ano, o sol do Jamor abençoava um momento para a eternidade: no emblemático court central, Francisca e Matilde Jorge escreviam uma página inédita na história do ténis português. Pela primeira vez, uma dupla inteiramente lusa erguia um troféu num torneio do circuito WTA. O feito, esculpido em suor e cumplicidade, ficou gravado não só no saibro, mas no coração de quem assiste, atento, ao crescimento do ténis feminino em Portugal.

Agora, abril traz novo capítulo — e o regresso das irmãs guerreiras à segunda edição do WTA 125 Oeiras Ladies Open. Chegam ao Jamor com a responsabilidade do título, sim, mas também com a leveza de quem vem embalado por vitórias. Na gélida Vilnius, sob a bandeira portuguesa, ajudaram Portugal a garantir o apuramento para o play-off de acesso aos Qualifiers da Billie Jean King Cup. Um feito que galvaniza e reacende ambições.

O sorteio, com o destino que só ele sabe tecer, quis que Francisca e Matilde enfrentem, logo na ronda inaugural, a jovem dupla dos Balcãs: a croata Lucija Ciric Bagaric e a sérvia Lola Radivojevic. Um duelo com sotaques cruzados e promessas de intensidade.

Mas não são só as irmãs Jorge a defender a honra nacional. Inês Murta e Angelina Voloshchuk, que celebraram juntas o ponto decisivo frente à Letónia, receberam o merecido wild-card da organização. No Jamor, terão pela frente a tarefa hercúlea de enfrentar as principais candidatas ao título, Amina Anshba e Elena Pridankina — nomes com peso, mas não imunes à surpresa.

Assim se desenha o cenário. O palco é o mesmo, as emoções, renovadas. No Jamor, entre os ecos da história e o murmúrio do presente, Portugal volta a sonhar alto. E as suas filhas, raqueta em punho, não têm medo de o fazer.

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