Bruno Carvalho segue para as meias-finais no Internacional da África do Sul

🖋️Por: António Vieira Pacheco

📸 Créditos: Federação Portuguesa de Badminton

⏱️ Tempo de leitura: 2 minutos

Brunom Carvalho apurado para as meias-finais mesmo doente.
Bruno Carvalho justifica o estatuto de segundo favorito, embora esteja adoentado.

Caminho duro em Cape Town

A caminhada de Bruno Carvalho no AQUASPRINGS South Africa International 2025, em Cape Town, tem sido marcada por resiliência, esforço e superação. Apesar de chegar debilitado fisicamente, o português tem conseguido crescer competição após competição, transformando dificuldades em motivação adicional para ir mais longe no torneio.

No mais recente desafio, Bruno venceu um duelo duríssimo frente ao atleta das Seicheles, Naveen Sagadevan, nos quartos de final. A partida prolongou-se por 1h10 e terminou com números que espelham bem o equilíbrio e intensidade: 15–21, 21–18 e 21–13. Um triunfo construído com cabeça fria, paciência e qualidade técnica.

Com esta vitória, o português selou presença nas meias-finais, onde defronta hoje o vietnamita Phuc Think Phan, número 320 do ‘ranking’ mundial e atualmente num excelente momento de forma.

Dificuldades inesperadas

Apesar do percurso vitorioso, a realidade tem estado longe de ser simples para o atleta português. Do ponto de vista físico, o torneio tem sido um autêntico teste de resistência.

Antes de abrir o capítulo das emoções, Bruno fez questão de contextualizar o estado frágil com que entrou em prova. O português revelou em exclusivo ao Entrar no Mundo das Modalidades que tem vivido dias particularmente complicados desde que aterrou na África do Sul.

Foi com esse cenário em mente que partilhou as seguintes palavras:

“Tem sido um torneio difícil visto que, quando cheguei, comecei a sentir-me doente, então tenho ido jogar e depois passo o resto do tempo de cama.”

O mal-estar limitou treinos, descanso e rotina — três pilares essenciais para qualquer atleta de alta competição. Mesmo assim, Bruno encarou cada jogo como uma batalha isolada, sem ceder ao desconforto.

Um sinal de recuperação

O português admitiu que, apesar da condição física frágil, começou finalmente a sentir alguma evolução positiva no dia decisivo dos quartos de final. Essa melhoria, ainda que pequena, foi suficiente para lhe permitir competir de igual para igual num embate extremamente exigente.

“Mas hoje já me senti um pouco melhor e lá consegui chegar às meias-finais.”

A vitória frente a Sagadevan reforçou o sentimento de que a luta de Bruno tem sido não somente contra os adversários, mas consigo mesmo. E foi exatamente essa resiliência que o empurrou para mais uma etapa histórica no torneio africano.

Desafio de alto nível pela frente

O próximo adversário representa um teste ainda mais complexo. Phuc Think Phan chega embalado por bons resultados e atravessa uma fase competitiva muito sólida. O português sabe que o favoritismo não está do seu lado — e reconhece-o sem hesitações.

“O meu próximo adversário é muito forte, vem de uma vitória num torneio internacional na semana passada. Penso que estou longe de ser favorito…”

Apesar disso, o espírito competitivo mantém-se inabalável. O português não abdica da ambição, mas assume uma abordagem realista, leve e centrada na entrega total.

“… por isso será mesmo só tentar desfrutar do meu tempo em campo e deixar toda a minha luta naquele court. E depois logo se vê o que acontece.”

Uma campanha de luta

Entre desconforto físico, jogos longos, recuperação limitada e evolução constante, a campanha do lisboeta em Cape Town tem sido uma narrativa de superação digna de destaque. A presença nas meias-finais é mais do que um resultado: é prova de carácter e compromisso.

Hoje, diante de um adversário perigoso e determinado, o português entra em campo para defender o que já conquistou e tentar empurrar mais um capítulo para esta história de resistência. Independentemente do desfecho, Bruno já mostrou que ninguém cresce apenas nos dias fáceis.

No fim, a sua própria frase talvez seja a melhor descrição de tudo o que tem vivido:

Desfrutar. Lutar. E ver até onde o corpo e a coragem o levam. 

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