Reflexão sobre as declarações do presidente da ETTU sobre Portugal no Europeu
Por António Vieira Pacheco
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Créditos: FPTM. Presidente da ETTU elogia Matilde Pinto sobre a conquista da medalha de bronze. |
Aviso Editorial:
Este artigo expressa a opinião do Entrar no Mundo das Modalidades, refletindo uma análise crítica e equilibrada sobre declarações públicas relacionadas ao ténis de mesa em Portugal. Não pretende difamar ou prejudicar qualquer pessoa, ou instituição, respeitando o direito à imagem e à liberdade de expressão.
O ténis de mesa português tem razões
para celebrar. Recentemente, o presidente da European Table Tennis Union(ETTU), que foi durante 12 anos presidente da Federação Portuguesa de Ténis deMesa (FPTM), partilhou nas redes sociais uma mensagem carregada de emoção e
admiração pela atleta Matilde Pinto por conquistar a insígnia de bronze na prova de equipas. No seu post, escreveu:
“Abro esta exceção para falar sobre o ténis de mesa de Portugal porque… é a Matilde”, começou por esvrever o presidente.“E faço-o enquanto o Campeonato da Europa de Jovens de 2025 ainda decorre e ainda sem saber qual a extensão do sucesso de Portugal nesta competição”, prosseguiu.
“A Matilde joga o seu último Campeonato da Europa de Jovens, terminando assim o seu tempo nas seleções juvenis”, sublinhou.
“Com um percurso notável a Matilde conquistou finalmente a sua medalha num Campeonato da Europa de Jovens, depois de ao longo das suas múltiplas participações ter atingido os quartos de final, ficando à porta da mesma, por sete ocasiões… repito, sete vezes que ficou à porta da medalha.” …
Estas palavras refletem o respeito e
a admiração que o dirigente nutre pela atleta, que representa um exemplo de
perseverança e sucesso. Mas como órgão informativo dedicado aos desportos de
raquetes, sentimos ser importante refletir sobre o equilíbrio necessário entre
homenagear uma figura de destaque e reconhecer toda a comunidade que torna o
desporto possível.
O valor da celebração individual
A carreira de Matilde Pinto é
indiscutivelmente digna de admiração. O seu percurso, marcado por esforço e
determinação, culminou na conquista de uma medalha europeia após várias
participações próximas do pódio. A sua história inspira muitos jovens atletas a
perseguirem os seus sonhos com dedicação e sacrifício.
Destacar este percurso é fundamental
para valorizar os méritos da atleta e mostrar aos praticantes que o trabalho
constante traz resultados, sobretudo numa modalidade que ainda procura maior
visibilidade em Portugal.
O ténis de mesa é feito de muitos
No entanto, é crucial lembrar que o
ténis de mesa, como qualquer desporto, é construído por uma comunidade vasta e
diversificada. Além das estrelas, há muitos atletas, treinadores, dirigentes,
familiares e voluntários que investem tempo e energia para manter a modalidade
viva.
Quando se dá destaque exclusivo a um
único atleta, arrisca-se inviabilizar o contributo daqueles que,
muitas vezes no anonimato, sustentam a base do ténis de mesa nacional. É essa
base sólida que permite o surgimento e o crescimento dos talentos que brilham
internacionalmente.
A importância do reconhecimento coletivo
Uma homenagem equilibrada deve
incluir sempre uma referência ao esforço coletivo. Treinadores que formam
gerações, atletas que ajudaram a obter medalhas, clubes que lutam com poucos recursos, famílias que apoiam
silenciosamente — todos fazem parte do tecido do ténis de mesa.
O reconhecimento destes protagonistas
não diminui o valor dos campeões. Pelo contrário, fortalece o sentido de
pertença e comunidade, essenciais para um crescimento sustentável e saudável da
modalidade.
Um apelo à união e à valorização de todos
Enquanto órgão informativo, apelamos
a que as homenagens e reconhecimentos no ténis de mesa sejam sempre inclusivos,
valorizando tanto os feitos individuais como o esforço conjunto.
Este equilíbrio promove um ambiente onde todos se sentem valorizados, estimulando a motivação e o compromisso. Numa modalidade com recursos limitados, a união e o espírito colaborativo são fundamentais para avançar.
Matilde Pinto é uma atleta que simboliza o esforço
e o sucesso no ténis de mesa português. Mas o futuro da modalidade depende de
muitos que, invisíveis para o grande público, trabalham diariamente para que o
desporto continue a crescer.
Reconhecer esta pluralidade é vital para que o ténis de mesa em Portugal continue a florescer, inspirando mais jovens e conquistando maior reconhecimento nacional e internacional.
Leia também a história de Matilde Pinto, uma jovem que deixou a sua terra natal aos 14 anos para apostar no ténis de mesa.
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