Nuno Borges: “Não fiz o encontro da minha vida, mas mantive-me calmo”
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Créditos: Millennium Estoril Open. Maiato vence batalha dura e tem menos de 24 horas de recuperação. |
Num Estoril banhado pelo sol e envolto na paixão de um público que sente o
ténis como seu, Nuno Borges reencontrou-se com a sua melhor
versão. O melhor tenista português da atualidade venceu um duelo intenso no
court central do Millennium Estoril Open, arrancando aplausos, emoção e,
acima de tudo, confiança para o que aí vem.
“Foi um jogo muito duro. Julgo que ele teve muito mérito, apesar de não ter caído para o lado dele”, começou por admitir Borges, visivelmente cansado, mas sereno.
“Estou feliz com o meu nível e consegui desfrutar, apesar das circunstâncias.”
Concentração e constância: o segredo da vitória
Frente a um adversário igualmente
determinado, Borges realçou a importância da consistência:
“Foi um jogo bastante constante, da minha parte e da dele. Acho que ele me obrigou a manter o nível do início ao fim. Às vezes basta um ou dois jogos maus para perder um ‘set’ crucial.”
Manter o foco e não vacilar — essa
foi a chave. Mas nem só de rigor vive o jogo. Houve espaço para um sorriso.
Para a leveza do momento.
“Houve momentos em que desfrutei do ambiente, do público, do estádio. Foi uma grande batalha, mas também um fim de tarde bem-passado.”
Kecmanovic no horizonte: mais uma batalha à vista
Nos quartos de final,
espera-o Miomir Kecmanovic, sérvio conhecido pela resistência física e
solidez mental. Borges não esquece o último confronto entre
ambos, em Montreal.
“Foi um duelo duríssimo. Agora é na terra batida, mas não deverá ser muito diferente. Ele joga bem em ambas as superfícies. Estou à espera de uma batalha grande.”
O plano? Agarrar-se aos pontos positivos do encontro anterior.
“Tentar fazer um bom desempenho. Sei que terei de jogar muito bem se quiser ganhar.”
A herança de João Sousa… e o conforto do presente
Este foi o primeiro Estoril Open sem
João Sousa, o histórico número um nacional. Uma ausência sentida, mas não
paralisante.
“Hoje até nem me senti muito nervoso, o que nem sempre é o caso. No ano passado custou-me mais atingir o meu nível. Talvez por querer demais.”
Desta vez, Borges parece mais sereno.
“Não fiz o jogo da minha vida, mas mantive-me calmo. Penso que isso fez a diferença.”
Jogar em casa, um privilégio raro
Borges destacou ainda a raridade de
competir em solo português:
“Já não jogava em Portugal há um ano. Não tivemos Davis em casa, e isso pesa. Esta semana é especial por isso mesmo.”
O Millennium Estoril Open tornou-se, mais do que nunca, o palco onde o ténis português se celebra. E Borges, consciente disso, não esconde a gratidão.
“É muito importante termos esta semana. Para nós, significa muito.”
Recuperar para voltar a lutar
Depois de um encontro tão exigente,
como se recupera em menos de 24 horas? Borges sorri, mas mantém os pés bem
assentes na terra.
“Hoje aguentei-me bem, mas não sei como vou acordar amanhã. Comer bem, dormir muito e não complicar. Isso é o mais importante.”
Um plano simples, mas eficaz. A
confiança está lá. O corpo que colabore.
Em pleno Estoril, o Lidador não
joga só ténis. Joga por todos nós. Na terra batida, onde cada ponto é um teste,
o português mostra que a garra, a calma e a alegria de competir em casa
podem ser tão decisivas como um ás bem colocado.
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