Gastão Elias rende-se a Garin após dura batalha no Jamor
Por António Vieira Pacheco
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Créditos: FPT. Gastão Elias não conseguiu o apuramento para as meias-finais do Oeiras 5. |
A resistência de Elias e a frieza de Garin
O sol pairava alto sobre o
Court Central do Jamor, e a esperança portuguesa vestia-se de azul e branco nas
pancadas de Gastão Elias. Depois de duas vitórias suadas, o experiente
tenista de 34 anos não resistiu ao chileno Cristian Garin (153.º ATP) e
despediu-se do Oeiras Open 5 nos quartos de final, com os parciais de 6-3 e 7-6
(4).
Foi um duelo entre dois nomes já
cravados na história do top 100: Elias foi 57.º do mundo, Garin chegou a
ser 17.º. Ambos souberam, noutros tempos, o que é jogar nas grandes catedrais
do ténis. Desta feita, encontraram-se num palco mais discreto, mas não menos
apaixonado, diante de uma plateia que acalentava o último português em prova.
As oportunidades perdidas
O luso desperdiçou nove hipóteses de
break, concretizando somente duas. No primeiro ‘set’, teve cinco ocasiões para
desfeitear Garin, mas saiu sempre de mãos vazias. No segundo, chegou a liderar
por 5-2, e até quebrou cedo, mas a vantagem desfez-se em silêncio: foi quebrado
em branco ao 5-3 e nunca mais recuperou o pulso do encontro.
A história tem-se repetido: tal como em Réus ou no Estoril, Elias teve momentos de ascendente que não conseguiu converter. No entanto, a semana foi um regresso a vitórias em encontros completos no Court Central — algo que não acontecia desde o título de 2022. E isso pode ser combustível para ambições maiores, como o regresso a um Grand Slam, já na próxima quinzena.
Um Garin à altura da ocasião
Cristian Garin, vencedor de cinco
títulos ATP e ex-quarto finalista em Wimbledon e Roland Garros, mostrou porque
é especialista em terra batida: no tiebreak decisivo, disparou para 5-1 e nunca
mais largou o controlo. Fechou o encontro em 1h49, somando o oitavo triunfo
consecutivo, numa sequência que inclui o título em Mauthausen, na Áustria.
Todos os seus 18 títulos — entre ATP
e Challenger — foram conquistados nesta superfície, e só uma final fugiu ao pó
de tijolo. A sua próxima paragem: as meias-finais frente ao argentino Roman
Andres Burruchaga (135.º), a quem já vencera recentemente.
Burruchaga resiste e avança
O argentino precisou de três ‘sets’
para vencer o qualifier italiano Giulio Zeppieri (344.º): 7-5, 4-6 e 6-1. O
reencontro com Garin promete intensidade. A última vez que se enfrentaram foi
também numa meia-final, há duas semanas, com vitória do chileno.
Cristian Garin jogará assim a sua
terceira meia-final em solo português, depois da final no Lisboa Belém Open
2018 e da presença nas "meias" do Estoril Open em 2024.
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