Chuva, vento e silêncios no Jamor

                                                                Por António Vieira Pacheco

Portuense foi a 17,ª vitima portuguesa à primeira,
Créditos: FPT. Henrique também perde na primeira ronda.

No Oeiras Open Challenger 125, o vento soprou mais forte do que a esperança, e a chuva — senhora antiga das desilusões — lavou os sorrisos do ténis português.

Henrique Rocha, número três nacional e 203.º do mundo, caiu na estreia frente ao espanhol Alejandro Moro Canas por 6-4 e 7-6 (8), numa batalha de duas horas e seis minutos onde os deuses do ‘tiebreak’ se vestiram de vizinhos.

Foi uma reedição da meia-final em Tenerife, mas os fantasmas viajaram com o portuense. O segundo ‘set’, pintado com promessas — vantagem de 5-0 e cinco ‘set’ points’, um 3-1 inicial — dissolveu-se como areia entre dedos nervosos. Três oportunidades escaparam ainda no serviço adversário, antes de dois jogos cedidos de bandeja.

No ‘tiebreak’, o coração de Rocha ainda incendiou o Court Central, apagando dois ‘match points’ com bravura. Mas no terceiro, com outros dois ‘set’ points’ pelo meio, foi o erro quem falou mais alto. Moro Canas, um lucky loser com faro de caçador, fechou o jogo e volta à arena, horas depois, para enfrentar o russo Roman Safiulin.

Rocha soma agora seis derrotas seguidas desde Tenerife. Esta foi mais amarga: foi em casa, diante de um público que acreditou até ao último erro não forçado.

Com ele, Pedro Araújo também caiu, e a estatística tornou-se metáfora: 18 derrotas lusas à primeira, entre qualifying e quadro principal. Neste torneio, os melhores portugueses foram o vento e a chuva — constantes, imprevisíveis, difíceis de vencer.


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