Martinho, o senhor dos ventos, interrompe encontros em Loulé

  Por António Vieira Pacheco

Martinho visita inesperadamente Algarve.
Depressão Martinho fez das suas em Loulé.

A depressão Martinho chegou sem pedir licença, rodopiando sobre Loulé como um bailarino furioso. Dizem trazer no bolso um sopro de tempestade e, na lapela, um alfinete de chuva. O céu, que até então sussurrava sereno, trocou o azul pelo cinza e abriu-se em rajadas.

No court, Francisco Rocha enfrentava o sueco Henrik Bladelius e jogava como quem desafia o vento. Com golpes firmes, domou a tempestade e liderava por 6-4 e 4-1 quando Martinho, ciumento, soprou com força e apagou-lhe o palco. Diogo Marques, por outro lado, lutava contra a maré, perdendo por 6-2 e 3-3 frente ao tunisino Moez Echargui quando as nuvens decidiram pôr termo à contenda.

Pedro Araújo e Tiago Pereira nem chegaram a entrar em court. Ficaram à espera, como marinheiros atentos à fúria dos elementos, sem poder lançar-se à batalha contra Rafael Izquierdo Luque e Ryan Peniston.

Se Martinho for magnânimo, amanhã devolverá o céu aberto e deixará que o jogo siga o seu curso. Mas, por agora, é ele quem decide. Manda o vento, manda a chuva. Manda Martinho.


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