Rita Freitas e o reencontro com a competição
🖋️Por: António Vieira Pacheco
📸 Créditos: Federação Portuguesa de Ténis
⏱️ Tempo de leitura: 3 minutos
![]() |
| Rita Freitas é o nome mais sonante do qualifying do Nacional Absoluto. |
Jamor entre memórias e recordes
Com uma mochila carregada de
memórias, ensinamentos e muitos quilómetros de ténis, Rita Freitas, de 39 anos, voltou
a competir no Campeonato Nacional Absoluto / Taça Guilherme Pinto Basto, no
Complexo do Jamor. O regresso da experiente tenista fez-se esta manhã com
naturalidade e eficácia, confirmando que a ligação ao campo de ténis continua
intacta, apesar do tempo e das etapas já cumpridas na carreira.
No court número 2, do coberto de piso
rápido da nave do Jamor, a campeã nacional e mundial de veteranas +35 anos apresentou-se
segura e determinada, impondo-se a Catarina Ferreira, de 41 anos, por 6-2 e 6-1, na ronda
inaugural do qualifying. Um triunfo claro, sustentado na consistência do jogo,
na leitura tática e na capacidade de controlar os momentos-chave do encontro.
Mais do que um simples resultado, a
vitória simbolizou o reencontro entre uma atleta experiente e um palco que
conhece bem, após 16 anos de interregno. O Jamor voltou a acolher a atleta de Carcavelos como espaço de
competição e de memória, onde a exigência permanece e o prazer pelo jogo
continua a ser o motor essencial.
Na ronda de acesso ao quadro
principal defrontará Sofia Pinto (CT Estoril), vencedora de Teresa Poppe, por 7-5
e 6-2.
O peso da experiência
Enquanto Rita Freitas representa o
valor da longevidade competitiva, o Campeonato Nacional volta também a ser
palco da afirmação da atual referência maior do ténis feminino português.
Francisca Jorge, natural de Guimarães e atualmente 216.ª
do ‘ranking’ WTA, regressa ao Jamor com entrada direta no quadro
principal e o estatuto de primeira cabeça de série, reflexo do
domínio exercido nas últimas edições e na hierarquia mundial.
Detentora de oito títulos
consecutivos, a tenista minhota apresenta-se como a principal favorita à
conquista do troféu. Aos 25 anos, já figura entre as três portuguesas
mais tituladas de sempre na história da prova, um percurso que confirma a
sua regularidade e consistência ao mais alto nível nacional.
A edição deste ano ofereça-lhe,
porém, um desafio adicional: a possibilidade de igualar a sequência de nove
triunfos consecutivos alcançada por Sofia Prazeres na década de
1990. Um feito reservado a muito poucas atletas e sublinha a dimensão histórica
do momento.
História em construção
Caso alcance esse nono título,
Kika ficará somente atrás de Leonor Peralta, recordista
absoluta do Campeonato Nacional, com dez títulos consecutivos entre 1967 e
1976, aos quais somou ainda mais três conquistas em anos posteriores. Um
marco que continua a servir de referência máxima no ténis feminino português.
A sua principal rival é a sua irmã
mais nova, Matilde Jorge, mas poderá haver a intrusão de Angelina Voloschuk na
luta pelo título e do cheque de 2600 euros.
É neste cruzamento entre passado,
presente e futuro que o Jamor volta a afirmar-se como o centro simbólico do
ténis nacional. O Campeonato Nacional Absoluto mantém-se como espaço de
consagração, mas também de reencontro, onde convivem atletas em diferentes
fases da carreira, unidas pelo mesmo rigor competitivo.
Rita Freitas traz ao torneio a memória viva de uma carreira construída com dedicação e paixão; Francisca Jorge representa a continuidade da excelência e a ambição de quem continua a escrever, ponto a ponto, novas páginas da história da modalidade. Entre regressos simbólicos e recordes em risco, o Jamor volta a ser palco de histórias que merecem ser contadas.
Artigos Relacionados
Jaime Faria assume candidatura ao Campeonato Nacional Absoluto de Ténis
Prémios Monetários do Nacional Absoluto
Francisco Sardinha entre os grandes da Europa no ténis juvenil

Comentários
Enviar um comentário
Críticas construtivas e envio de notícias.