Jaime Faria assume candidatura ao Campeonato Nacional Absoluto de Ténis
🖋️Por: António Vieira Pacheco
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| Jaime Faria apresentar-se-à como principal favorito ao título absoluto e ao cheque de 2500 euros. |
Ano agridoce
Jaime Faria chega ao Campeonato
Nacional Absoluto como o nome mais forte na lista de inscritos. O torneio,
disputado em hard court nos campos cobertos do Jamor, surge no fim de uma época
exigente e emocionalmente densa para o lisboeta, que no Maia Open fez um
balanço incomum pela honestidade e pela clareza.
A época internacional terminou, mas a reconstrução já começou. E o Nacional poderá ser o ponto de viragem.
Na conferência de imprensa do Maia
Open, prova realizada recentemente, Faria descreveu 2025 como um ano
“agridoce”, marcado por conquistas históricas e dificuldades inesperadas.
“Houve momentos muito especiais para
mim como jogador e como pessoa. Era um sonho chegar aos torneios ATP e aos
quadros principais dos Grand Slams. Consegui jogar os quatro e isso foi o mais
especial”, afirmou.
O atual n.º 152 ATP — após ter chegado ao 87.º posto em fevereiro — admitiu que nunca foi “muito ambicioso” nas metas iniciais, mas que o sucesso o obrigou a reavaliar prioridades.
“Já cumpri os meus sonhos de criança. Agora tenho de olhar para 2026 de outra
maneira.”
Lesão decisiva
O momento-chave da temporada não foi
uma vitória, mas uma paragem. A lesão que sofreu no auge do ano acabou por
redefinir todo o percurso.
“Preciso de ser mais ambicioso e
vigoroso a preparar o ano. A dada altura fiquei um pouco confortável”, explicou.
O regresso à competição nunca foi
simples. “As expetativas já não eram as mesmas e não lidei bem com isso. Mas
tive momentos bons e muita aprendizagem. O ténis não perdoa e dá chapadas de
humildade muito fortes.”
Top 100 histórico
A época ficará marcada para sempre
pelo feito mais simbólico: O lisboeta tornou-se o oitavo português da história a
entrar 100 mundial no ‘top’.
Na despedida à sua primeira temporada
no circuito ATP, leva consigo “muitos ensinamentos e algumas felicidades que
nunca mais vou esquecer”.
Esse patamar trouxe-lhe confiança,
mas também responsabilidade. A sensação de pertença ao topo é agora um ponto de
partida — e não de chegada.
Rumo ao Jamor
O Nacional Absoluto surge na altura
ideal. Um torneio competitivo, exigente e disputado no piso onde Faria sente
mais estabilidade.
Chega como candidato natural ao
título, fruto da qualidade demonstrada ao longo de 2025 e da ausência de alguns
rivais diretos. Mas encara o torneio como parte do processo, não como um fim.
Quer ritmo.
Pretende confiança. Quer sensações. Deseja recuperar o vigor
competitivo que perdeu com a lesão.
O Jamor será o teste inicial antes da
pré-época que vai conduzir à Austrália, onde pretende começar 2026 de forma
mais intensa e estruturada.
Nova ambição
Se 2025 foi um ano de realização
pessoal, 2026 tem de ser o ano da afirmação plena. É essa a leitura que o
Canhão do Jamor já fez — e é por isso que assume a necessidade de trabalhar com
outra intensidade.
O tenista sabe que tem nível para
voltar ao top 100. Sabe também que, para lá regressar, não pode repetir a
sensação de conforto que o travou a meio do ano.
O Nacional Absoluto, por isso, não é
apenas um torneio. É um ponto de relançamento.
O favorito assume-se
Faria chega ao Jamor com
responsabilidade, estatuto e consciência do momento.
É o principal candidato ao título, mas quer provar mais do que isso. Pretende mostrar que está novamente em caminho ascendente.
A época termina agora.
A reconstrução, essa, já começou.
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