Sporting conquista a 20.ª Supertaça com Diogo Carvalho em destaque
🖋️Por: António Vieira Pacheco
📸 Créditos: Entrar no Mundo das Modalidades
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| Diogo Carvalho foi determinante na vitória do Sporting. |
Quem trava os leões?
O Sporting Clube de Portugal voltou a
deixar a sua marca no ténis de mesa nacional ao conquistar, em Matosinhos, a 20.ª
Supertaça José Manuel Amaro, a 11.ª consecutiva, frente ao CD São
Roque. Com o triunfo por 3-1, em duas horas e 49 minutos, os leões confirmam
uma hegemonia impressionante, muito graças à inspiração de Diogo Carvalho. O atleta de 33 anos brilhou com duas vitórias e selou o título no quarto singular da final.
Este triunfo não foi somente mais uma
conquista para o palmarés leonino, mas também a reafirmação de uma identidade
vencedora, de uma mentalidade que transforma finais em oportunidades para
consolidar hegemonias e estabelecer referência no ténis de mesa nacional.
Homenagem a José Viegas
Emocionou Matosinhos
Antes da primeira bola ser jogada, o
ambiente no Centro de Desportos e Congressos de Matosinhos viveu um
momento carregado de emoção. Em memória de José Viegas, figura
incontornável do ténis de mesa português recentemente falecido, aos 61 anos,
realizou-se um minuto de silêncio. A homenagem terminou com uma estrondosa
salva de palmas de cerca de 400 espetadores presentes, demonstrando o respeito
e carinho da comunidade pela sua dedicação à modalidade.
Este instante marcou profundamente a
tarde, lembrando que, para além das rivalidades, o ténis de mesa português é
também uma família que reconhece e valoriza aqueles que ajudaram a erguer a
modalidade.
São Roque entra com
Vitória de Diogo
Silva
A final começou com surpresa. O reforço asiático do Sporting, Yeh Chih Wei, 35 anos, estreou-se de forma pouco feliz, ao perder claramente diante de Diogo Silva. O jogador gaiense, que representa a equipa do Funchal, não deu hipóteses e venceu em três parciais diretos: 11–8, 11–7 e 11–2.
Chih teve uma exibição muito aquém do
esperado: problemas evidentes na receção, leitura de jogo deficiente,
dificuldades em adaptar-se ao ritmo do adversário e múltiplos erros não
forçados. Durante o encontro, a sua incapacidade de reagir a ataques rápidos e
a escolha errada de serviços e falhas incríveis na receção evidenciaram
fragilidade. Este arranque inesperado do São Roque colocou o marcador em 1-0 e
fez o público presente em Matosinhos reagir com surpresa, mostrando que o
início da final seria intenso e imprevisível.
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| Carvalho cumprimenta o seu ex: companheiro de equipa Diogo Silva. |
Diogo Carvalho reage e empata o encontro
Com os leões em desvantagem, coube a Diogo
Carvalho assumir as rédeas e devolver equilíbrio à final. Frente a André
Silva, o atleta do Sporting mostrou toda a sua consistência, após ter
perdido o primeiro parcial. Após impôs-se com autoridade e empatando a partida
em 1-1.
Carvalho demonstrou porque é
considerado um dos melhores jogadores portugueses da atualidade, variando
ataques, impondo ritmo e revelando frieza nos momentos decisivos. Foi o
primeiro sinal claro de que o Sporting estava preparado para virar o rumo do encontro.
A sua vitória teve ainda outro peso
simbólico: mostrou que, em tardes decisivas, são os jogadores da casa que mais
fazem a diferença. Se o reforço falhou na estreia, foi a prata da casa a salvar
o leão.
Diogo Chen confirma
A recuperação leonina
No terceiro singular, entrou em ação Diogo
Chen, que defrontou o nigeriano Jide Ogidiolu, jogador do São Roque.
Apesar da sua entrega, Ogidiolu mostrou-se insuficiente para competir a este
nível. Cometeu vários erros técnicos e nem foi avisado por alguns serviços
considerados irregulares, não conseguindo colocar o adversário em dificuldades.
Chen venceu sem grande oposição,
colocando o Sporting em vantagem por 2-1 e deixando o título à distância de
somente mais um triunfo.
Nesta altura, já se sentia que a
dinâmica da final estava completamente do lado leonino. O público,
maioritariamente sportinguista, fez-se ouvir e empurrou a equipa para o momento
decisivo.
Diogo Carvalho fecha
Com chave de ouro
O momento decisivo chegou no quarto
singular. Diogo Carvalho voltou à mesa, desta vez para enfrentar Diogo
Silva, o jogador que havia surpreendido Chih na abertura. O encontro foi
marcado pelo equilíbrio inicial, mas Carvalho demonstrou enorme maturidade
competitiva, impondo-se ponto a ponto até fechar a vitória, por 3-0 na partida,
que confirmou o triunfo do Sporting por 3-1.
Com duas vitórias pessoais e uma
exibição de enorme qualidade, Carvalho tornou-se o herói da tarde,
provando mais uma vez que continua a ser uma referência no ténis de mesa
nacional.
Contudo, permanece no ar uma questão
que intriga muitos adeptos e analistas: por que razão Diogo Carvalho não tem
sido opção regular na seleção nacional? Será somente uma escolha técnica ou
existem outros fatores em jogo? Para muitos, é incompreensível ver um atleta
deste nível afastado de compromissos internacionais, quando demonstra
repetidamente capacidade para decidir finais.
Sporting reforça
hegemonia
No ténis de mesa português
Com esta conquista, o Sporting soma
agora 23 Supertaças José Manuel Amaro, das quais 11 consecutivamente, consolidando um domínio quase absoluto no panorama masculino
da modalidade em Portugal.
O São Roque, apesar de ter entrado
forte e surpreendido no primeiro jogo, acusou a ausência de Énio Mendes,
uma peça fundamental da sua equipa. Sem ele, o conjunto madeirense mostrou-se
menos competitivo, especialmente nos momentos em que era necessário um jogador
de maior consistência para travar o poderio leonino.
A diferença entre as duas equipas
ficou evidente à medida que os jogos avançavam: de um lado, um Sporting com
profundidade, soluções técnicas e experiência de finais; do outro, um São Roque
que, sem a sua principal referência, ficou dependente de lampejos individuais.
Reflexão sobre a atuação de Yeh Chih
O reforço asiático do Sporting, Chih,
entrou com expectativas elevadas, mas os problemas mostrados na primeira
partida foram claros: falhas na receção, leitura de jogo insuficiente, pouca
adaptação ao estilo europeu e erros estratégicos de serviço. Estas dificuldades
não só comprometeram a equipa na abertura, como colocaram pressão sobre os
restantes jogadores leoninos.
É um exemplo de como a transição de
um atleta internacional para a realidade nacional pode exigir mais do que
somente talento técnico: envolve adaptação, leitura do ritmo adversário e
capacidade de reagir sob pressão. Chih precisará de trabalho intenso e acompanhamento
para corresponder às expectativas futuras.
Atmosfera e público em Matosinhos
Com cerca de 400 espetadores, a bancada
de Matosinhos vibrou durante toda a final. Cada ponto foi celebrado, e a
energia da assistência tornou-se um fator importante para a motivação dos
atletas.
O ambiente foi de grande respeito,
mas também de entusiasmo: a homenagem a José Viegas, a disputa acirrada, os
pontos decisivos e a intensidade do público fizeram desta Supertaça uma
experiência completa, não somente para os jogadores, mas para todos os que
assistiram ao espetáculo.
Reflexão final
A Supertaça José Manuel Amaro de
2025 ficará marcada pela homenagem emotiva a José Viegas, pelo ambiente
vibrante em Matosinhos, pelas dificuldades de adaptação de Chih e, acima de
tudo, pela prestação de Diogo Carvalho, que mais uma vez mostrou a sua
qualidade.
O Sporting continua a afirmar-se como
a equipa mais forte do ténis de mesa português, mas a final também deixou
espaço para reflexões: até que ponto os reforços estrangeiros, como Chih, vão
conseguir adaptar-se ao nível e exigência da competição nacional?
Não é somente uma questão de estatística ou de títulos: é também uma reflexão sobre talento, escolhas técnicas e políticas desportivas.
O Sporting celebra mais uma vez, os adeptos
vibram com a 20.ª Supertaça, mas o ténis de mesa português fica também com
perguntas que merecem respostas, garantindo que o interesse na modalidade se
mantém vivo e relevante.
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Resultados
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Diogo Silva 3 – Yeh Chih Wei 0 (11/8,
11/7, 11/3) |
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André
Silva 1 – Diogo Carvalho 3 (11/5, 6/11, 10/12, 5/11) |
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Jide Ogidiolu 0 – Diogo Chen 3 (7/11,
10/12, 6/11) |
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Diogo
Silva 0 – Diogo Carvalho 3 (5/11, 5/11, 3/11) |
Em femininos, o Juncal venceu o CTM Mirandela por 3-0, conquistando o título pela segunda vez na história da competição.
Finalmente, sublinhe-se que a organização da Supertaça esteve excelente!
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Resultados |
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Juncal, 3 - CTM Mirandela, 0 |
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Tatiana
Garnova 3 – Inês Matos 2 (8/11, 7/11, 11/8, 11/4, 11/7) |
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Gabriela Feher 3 – Li Fen 1 (11/5,
7/11, 11/9, 11/5) |
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Júlia
Leal 3 – Mariana Santa Comba 1 (11/1, 10/12, 11/8, 11/7) |


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