Seleção Nacional de ténis de mesa foi Campeã da Europa — 11 anos depois
🖋️Por: António Vieira Pacheco
📸 Créditos: Federação Portuguesa de Ténis de Mesa
⏱️ Tempo de leitura: 4 minutos
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| Marcos Freitas é a maior figura do ténis de mesa de Portugal. Ajudou a Portugal a ser campeão. |
Onze anos depois, recordar
O maior feito da modalidade
Há feitos que resistem ao tempo,
permanecendo gravados não somente nas páginas dos jornais, mas no coração de
todos os que testemunharam a história a ser escrita.
O dia 28 de setembro de 2014 é um
desses momentos imortais. Foi nesse domingo, diante de uma enchente no MEO
Arena, em Lisboa, que Portugal conquistou o título de Campeão da Europa de
ténis de mesa, derrotando a Alemanha de Timo Boll, Steffen Mengel e companhia.
Um triunfo que, ontem, completou 11 anos e que continua a ser uma referência
maior para a modalidade em Portugal.
O peso da história
A Alemanha era a potência dominadora da modalidade, colecionando títulos
europeus consecutivos. O favoritismo estava todo do lado germânico, mas a
seleção portuguesa não se deixou intimidar. Composta por Marcos Freitas, Tiago
Apolónia e João Monteiro, o trio português mostrou talento, frieza e coragem
num palco carregado de emoção. Para muitos, parecia impossível; para eles, era
somente mais um desafio.
O percurso até Lisboa
Antes de Lisboa, Portugal mostrava crescimento sustentado na modalidade. As
gerações formadas nas décadas anteriores, com Marcos Freitas como expoente
máximo, beneficiaram de estruturas locais como as da Madeira e do continente,
que permitiram a emergência de talentos competitivos no cenário internacional.
O título europeu foi a coroação de um trabalho que começou ainda nos anos 90,
com clubes, técnicos e dirigentes a acreditarem que seria possível chegar ao
topo.
A final contra os alemães
A final, realizada diante de milhares de portugueses, tornou-se num espetáculo
carregado de intensidade. Marcos Freitas, que já tinha dado mostras de
classe em competições internacionais, esteve imparável. Derrotou Steffen Mengel
e, depois, a lenda Timo Boll, deixando uma marca indelével na carreira. Ao lado
dele, Tiago Apolónia e João Monteiro não tremeram: cada ponto
conquistado foi celebrado como se fosse o último. O resultado foi um
contundente 3-1 que ecoou além das fronteiras.
O impacto imediato
O triunfo não foi somente um troféu. Representou a afirmação de Portugal como
potência europeia no ténis de mesa e deu à modalidade um impulso mediático raro
no país. Os jovens começaram a olhar para a modalidade com novos olhos, as
escolas e clubes sentiram-se motivados a investir mais e os adeptos vibraram
como nunca. Era a prova de que, com trabalho, talento e convicção, até os
gigantes podem ser derrubados.
Marcos Freitas, o rosto do título
O madeirense foi o nome que mais brilhou naquela tarde. Natural da Madeira,
cresceu a jogar em mesas de cimento, num ambiente comunitário que moldou muitos
campeões. No MEO Arena, diante de Timo Boll, mostrou porque era considerado o
“homem de quem se espera sempre tudo”. A vitória sobre o alemão foi mais do que
um triunfo individual: foi a consagração de uma carreira dedicada à excelência
e um presente para todos os portugueses.
O legado da conquista
Onze anos depois, o título europeu de 2014 continua a ser o ponto mais alto do
ténis de mesa português. Ainda que outras conquistas tenham surgido, como
medalhas em torneios internacionais ou classificações de relevo, nada igualou a
dimensão daquele feito coletivo. Foi o momento em que Portugal desafiou as
probabilidades e venceu os melhores do mundo em pleno território nacional.
O simbolismo do MEO Arena
O local da conquista não poderia ter sido mais simbólico. Foi o MEO Arena, casa de
grandes espetáculos, transformou-se no epicentro do desporto português naquela
tarde-noite. Para muitos, assistir ao vivo ou pela televisão foi presenciar
algo que dificilmente voltará a repetir-se. O ambiente foi descrito como
eletrizante, com uma comunhão rara entre jogadores e público. A cada ponto
ganho, a vibração fazia tremer as paredes.
O papel das raízes
Não se pode compreender o título europeu sem olhar para o que foi feito anos
antes. A Madeira, com os seus projetos de massificação através do desporto
escolar e das mesas de cimento, deu a Portugal jogadores como Marcos Freitas e
Énio Mendes. No continente, clubes como o Sporting e Estrela da Amadora fortaleceram a base competitiva. Esse ecossistema foi essencial para que, em
2014, a seleção tivesse a maturidade necessária para bater a Alemanha.
O que mudou desde então
De 2014 até hoje, o ténis de mesa português evoluiu em muitos aspetos. Há mais
visibilidade, maior presença em competições internacionais e um esforço
contínuo para consolidar projetos de formação. Contudo, também existem
desafios: atrair novos praticantes, garantir apoios financeiros e manter a
modalidade relevante no panorama desportivo nacional. O título europeu
permanece como um farol que guia o caminho.
Um feito coletivo
Embora Marcos Freitas tenha sido a grande figura, Tiago Apolónia e João
Monteiro tiveram contributos decisivos. O espírito de equipa foi a chave da
conquista. Cada jogador assumiu responsabilidades em momentos cruciais,
mostrando que o coletivo supera o individual. O 3-1 contra a Alemanha foi
construído com suor, nervos de aço e uma confiança inabalável.
Recordar para inspirar
Onze anos depois, é fundamental recordar este feito não exclusivamente pela
nostalgia, mas pela inspiração que continua a transmitir.
Mostra que o desporto português é
capaz de se superar, que os sonhos podem tornar-se realidade com trabalho árduo
e que as gerações futuras têm exemplos sólidos a seguir.
O futuro
O ténis de mesa português continua a procurar novos Freitas, novos
Apolónias e novos Monteiros. A semente foi lançada em 2014 e cabe agora a
clubes, associações e federação e escolas regar essa memória com investimento e paixão. A
história da conquista europeia é também um convite a acreditar no futuro.

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