Manuel Pérez, a caneta afiada que deu voz ao ténis português
🖋️Por: António Vieira Pacheco
📸 Créditos: Arquivo de Manuel Pérez
⏱️ Tempo de leitura: 4 minutos
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| Manuel Pérez, completa 63 anos e é uma das vozes mais respeitadas do jornalismo luso. |
Hoje, 28 de setembro,
celebra-se o 63.º aniversário de Manuel Pérez, jornalista do periódico Jornal O JOGO e uma das vozes mais respeitadas do jornalismo desportivo
português.
Aos longos dos anos, Pérez construiu uma trajetória marcada pela cobertura de torneios nacionais e internacionais, análise crítica do desporto e promoção do ténis em Portugal. Tornou-se referência para jornalistas e atletas, mas também para leitores e espetadores, transmitindo conhecimento especializado e contextualizando eventos de forma acessível.
A origem da “caneta afiada”
Pérez é conhecido entre colegas,
treinadores, dirigentes e adeptos como “a caneta afiada”, apelido que
reflete o seu estilo crítico e direto na cobertura jornalística. Destacou-se por apontar falhas, elogiar méritos e avaliar situações com rigor e clareza, mantendo sempre a imparcialidade. Este estilo
fortaleceu a sua reputação como jornalista exigente, mas justo, sendo uma voz
respeitada na imprensa desportiva e entre os protagonistas do ténis.
O apelido também revela como Pérez se aproximou do desporto. Atento aos detalhes, percebia ‘nuances’ estratégicas dos encontros e contextualizava decisões de árbitros e atletas, oferecendo ao público observações completas e profundas.
Carreira no O JOGO
A ligação de Pérez, Titó para os amigos e familiares, ao jornalismo iniciou-se cedo, e a sua carreira consolidou-se no diário desportivo O JOGO. Com a experiência acumulada, acompanhou a evolução do ténis nacional e mundial, cobrindo torneios e entrevistando atletas de diferentes gerações.
Não se contentava em relatar resultados. Explicava estratégias, interpretava decisões no court e contava as histórias por trás de cada encontro, tornando-se o ténis mais compreensível ao público. Essa abordagem aumentou o interesse pelo desporto e formou leitores mais críticos e informados, distinguindo-se de coberturas superficiais.
Além de acompanhar provas, dedicou-se a temas estruturais, como as alterações nas regras, evolução da arbitragem e organização de competições. Esse olhar abrangente deu-lhe oportunidade ir além do imediato e contextualizar às dinâmicas que moldam o desporto.
Gosta de explorar assuntos de que quase ninguém observava. E nesses detalhes — aparentemente pequenos — identificava fatores que podiam moldar o futuro do ténis.
Com isso, facilitou ao público compreender que a modalidade não se esgota no espetáculo de jogos, dependendo também de fatores institucionais e organizativos.
Essa perspetiva transformou os seus artigos em referência para jornalistas, treinadores e dirigentes.
Maia Open: experiência decisiva
Entre 1995 e 1996, desempenhou papel crucial como diretor-adjunto do Maia Open, torneio profissional que marcou uma fase importante no ténis nacional. Coordenou logística, apoiou a comunicação social, e garantiu condições de excelências para atletas portugueses e internacionais competissem em condições de excelência.
O Maia Open consolidou Portugal no circuito profissional e permitiu que jovens talentos nacionais se confrontassem com jogadores de renome.
A sua experiência demonstrou habilidades de gestão, organização e comunicação, reforçando a sua ligação à sua ligação ao desenvolvimento do ténis no país.
Lisboa e João Lagos Sports
Antes do Maia Open,
trabalhou em Lisboa, colaborando com empresas como a Ténis Magazine, a Sotenis, a Protenis e a João
Lagos Sports, uma das principais promotoras de eventos de ténis em Portugal na época.
Essa posição permitiu-lhe reforçar a ligação aos principais torneios, incluindo
competições internacionais, e consolidar a sua atuação na promoção da modalidade.
Nesta fase, expandiu experiência em comunicação, tornando-se profissional completo, capaz de trabalhar em jornais e comentar torneios de alto nível na televisão e rádio.
Presença em torneios internacionais
Como jornalista acompanhou eliminatórias da Taça Davis e esteve presente nos principais
torneios internacionais: Roland Garros, US Open e Wimbledon e Masters.
Essa experiência permitiu observar de perto os melhores atletas do mundo,
compreender estratégias e transmitir avaliações detalhadas e
histórias aos leitores e telespectadores.
A presença em eventos internacionais aproximou o público português da realidade do ténis global. Foi editor do Jornal de Ténis, um órgão de referência na década de 80.
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| Manuel Pérez foi editor do Jornal de Ténis, uma referência do jornalismo. |
Anos como comentador na RTP, SIC e TVI
Durante anos, comentou na RTP, SIC e na TVI, expandindo atuação para televisão. O seu
estilo didático permitia que telespectadores compreendessem aspetos técnicos do
jogo, da gestão de pontos decisivos à execução tática.
A clareza e imparcialidade de Pérez conquistaram confiança do público, tornando-o uma referência na análise de ténis. Os comentários não eram exclusivamente observações superficiais, mas avaliações estratégicas que educavam o público sobre a prática, algo raro em Portugal.
Influência e herança
O seu impacto vai além da cobertura jornalística. Promoveu o ténis
em Portugal, inspirou jovens atletas e gerou interesse em torno de torneios
nacionais e internacionais.
Além disso, influenciou outros jornalistas, mostrando como combinar rigor, clareza e contextualização. A sua herança é visível tanto na imprensa e no desenvolvimento do ténis, evidenciando a importância de uma cobertura informativa e analítica.
O homem por detrás do jornalista
Apesar da visibilidade mediática, é
conhecido pelos amigos por trato acessível. Colegas destacam a sua curiosidade pelo desporto e pela cultura, enriquecendo como aborda reportagens e análises.
A combinação de conhecimento
especializado, experiência internacional e carácter acessível faz dele mais do
que um simples jornalista. Essa tríade amplia a sua credibilidade
e confere autoridade singular no panorama mediático.
Graças a essa postura, tornou-se referência para quem acompanha o ténis português, oferecendo análises que vão além da superfície, algo raro no contexto nacional.
Análise crítica do impacto da sua carreira
A sua trajetória demonstra que o jornalismo desportivo pode impactar significativamente a promoção de uma modalidade. Cobertura aprofundada, participação em eventos organizativos e presença internacional criaram modelo de profissionalismo ainda hoje serve como referência.
Ao manter olhar crítico, ajudou a elevar o padrão da cobertura jornalística.
Pérez continua no ativo. Ele ainda colabora no jornal O JOGO, permanecendo uma voz respeitada e exemplo de como o jornalismo pode contribuir para a valorização de uma modalidade.
O legado de Pérez inscreve-o entre os protagonistas do ténis em Portugal.



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