As irmãs Jorge dominam Leiria, mas houve uma queda inesperada na armada lusa
🖋️Por: António Vieira Pacheco
📸 Créditos: Federação Portuguesa de Ténis
⏱️ Tempo de leitura: 4 minutos
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| Sem margem para dúvidas: Kika venceu em menos de hora e meia e segue no Leiria Ladies Open. |
A força das irmãs
O ténis português voltou a sorrir ontem no Leiria Ladies Open W50, e desta vez com dobrada garantia: Francisca Jorge, a mais velha das irmãs vimaranenses, juntou-se a Matilde nos quartos de final da competição.
Ambas venceram com autoridade, carregando consigo
não somente a esperança de títulos, mas também a emoção de ver duas irmãs
portuguesas lado a lado entre as melhores.
Ainda assim, nem tudo foi festa. Angelina
Voloshchuk, a jovem promessa que também defendia as cores nacionais, não
conseguiu seguir o mesmo caminho. A sua eliminação serviu de contraponto a uma
jornada que, no entanto, reforçou o brilho das irmãs Jorge e a força crescente
do ténis feminino em Portugal.
Experiência e consistência em court
Aos 25 anos, Kika (219.ª WTA)
apresentou-se em Leiria com a serenidade de quem já conhece os atalhos da
vitória. Frente à polaca Urszula Radwanska (498.ª), a vimaranense não tremeu. Em menos de hora e
meia, construiu um triunfo arrasador por 6-2 e 6-1, sem dar espaço para grandes
dúvidas.
Foram duas quebras de serviço de
margem em cada parcial, num encontro onde a portuguesa soube explorar
fragilidades e ditar o ritmo. Com pancadas seguras e um serviço sólido,
Francisca demonstrou que a sua experiência já lhe permite gerir encontros sem sofrer
oscilações. Foi uma vitória sem mácula, celebrada com a sobriedade de quem sabe
que o caminho ainda é longo.
Matilde Jorge tem coração campeão
Horas antes, Matilde Jorge (213.ª)
tinha já iluminado os courts leirienses. A campeã em título voltou a vencer,
confirmando que não quer largar o trono conquistado em 2024. Desta vez, o
triunfo foi sobre a norueguesa Astrid Olsen, um duelo que começou equilibrado,
mas acabou resolvido com autoridade por 6-3 e 6-1.
A mais nova das irmãs, Jorge não esconde a ambição: cada vitória é um passo mais perto de repetir a proeza do ano passado, quando ergueu o troféu ainda na categoria W35. Hoje, num palco maior e com maior responsabilidade, Matilde mostra a mesma garra e determinação.
Enquanto as irmãs sorriam, o dia
revelou-se amargo para Angelina Voloshchuk. A jovem atleta, que desperta atenções pela ousadia e pelo talento precoce, não conseguiu
resistir ao desafio da segunda ronda e acabou afastada do torneio.
Quartos de final com
sabor português
A caminhada prossegue agora com dois
nomes portugueses entre as oito melhores do torneio: Matilde e Francisca
Jorge. O destino quis que ambas tivessem desafios de peso:
- Francisca
terá pela frente a espanhola Kaitlin Quevedo (179.ª WTA), segunda cabeça
de série e uma das grandes favoritas ao título.
- Matilde
medirá forças com a francesa Harmony Tan (272.ª), ex-top 100
mundial, conhecida pelo ténis variado e pela experiência em palcos
maiores.
Duelos exigentes, mas que também
carregam a promessa de espetáculo e emoção para o público leiriense.
Duas irmãs, uma mesma ambição
Não é comum no ténis mundial ver
irmãs a dividir palcos e vitórias de forma tão consistente. As irmãs,
oriundas de Guimarães, escrevem uma história que vai além das estatísticas.
Representam a resiliência do ténis português, a capacidade de transformar
talento em resultados e a inspiração para jovens atletas que acompanham.
Ver Matilde e Francisca lado a
lado nos quartos de final em Leiria é mais do que uma curiosidade: é um símbolo
da força familiar, da união e da perseverança. Uma metáfora viva das muralhas
de Guimarães: sólidas, resistentes e prontas a desafiar o tempo.
Leiria como palco de sonhos
A cidade de Leiria, com o seu castelo
erguido no alto e as ruas carregadas de história, oferece o pano de fundo ideal
para este torneio que já se tornou referência no ténis feminino. Cada pancada
ecoa como se fosse parte da própria alma da cidade, cada vitória transforma-se
em celebração coletiva.
As irmãs sentem esse ambiente.
Jogar em casa, diante de um público que as apoia e reconhece, é um impulso
extra que pode fazer a diferença nos momentos mais difíceis.
O que está em jogo
Para Francisca, esta semana é uma
oportunidade de recuperar confiança, acumular pontos e mostrar que pode
rivalizar com as melhores. Para Matilde, o objetivo é claro: defender o
título. Juntas, representam a face mais promissora do ténis português
feminino e carregam consigo a esperança de vitórias maiores.
Enquanto isso, a eliminação de Voloshchuk serve de lembrete de que o caminho é feito de altos e
baixos. A jovem, apesar da derrota, continua a ser uma aposta de futuro e terá
certamente novas oportunidades para crescer.
Os próximos encontros prometem
exigência máxima, mas também emoção. E em cada raquete erguida, em cada pancada
firme, o público verá mais do que ténis. Observará a luta de duas irmãs por um
sonho partilhado e o reflexo de um desporto português que não para de crescer.

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