Frederico Silva segura a bandeira portuguesa na CT Porto Cup
🖋️Por: António Vieira Pacheco
📸 Créditos: Federação Portuguesa de Ténis
⏱️ Tempo de leitura: 2 minutos
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Caldense resiste e garante os quartos de final da CT Porto Cup! Último português em prova. |
PORTO — O Court Central do Clube de Ténis do Porto foi palco de um duelo de gerações, de esquerdinos e de destinos em construção.
Frederico Silva, veterano de batalhas
e memória viva de conquistas no ténis português, impôs a sua experiência diante
da juventude ambiciosa de Tiago Torres, vencendo por 6-3 e 6-3.
Com esta vitória, assegura um lugar
nos quartos de final da CT Porto Cup, tornando-se o último representante luso
no quadro principal de singulares.
Duelo de esquerdinos: experiência bate juventude
Num encontro entre canhotos, o
equilíbrio inicial cedo deu lugar ao controlo sereno de Frederico Silva. O
jogador natural das Caldas da Rainha, atualmente 255.º do ‘ranking’ ATP, soube
vestir o papel de guia, aproveitando cada erro do adversário de 21 anos, ainda
a dar os primeiros passos em torneios desta envergadura.
Tiago Torres, número 1028 do mundo,
carregava consigo a excitação de viver pela primeira vez a experiência da
segunda ronda de um Challenger. Porém, esse entusiasmo transformou-se em
precipitação. Tentou fugir ao padrão canhoto-canhoto, procurando com insistência
atacar a pancada de esquerda de Silva através da sua direita paralela, mas a
ousadia custou-lhe demasiados erros não forçados.
O primeiro ‘set’ terminou em 6-3,
reflexo da consistência de Silva. No segundo parcial, Torres ainda conseguiu
devolver um break, mostrando coragem para não baixar os braços. Mas logo a
seguir, Silva retomou as rédeas, voltou a quebrar e selou a vitória ao cabo de
1h28 de jogo.
Tiago Torres cai, mas
deixa sinais de evolução
Apesar da derrota, Torres saiu do
court com motivos para acreditar. A primeira presença na segunda ronda de um
Challenger ficará como marca de evolução e sinal de que o caminho, embora
longo, está a ser percorrido com consistência. A licenciatura nos Estados
Unidos foi concluída, mas no ténis o nível continua no ensino secundário.
O duelo com Fred revelou tanto os
limites como o potencial de Torres. Jogar contra um compatriota, ainda para
mais canhoto e mais rodado, expôs fragilidades, mas também ofereceu a
oportunidade de aprender na competição. E é nesse detalhe — aprender no erro,
crescer na adversidade — que se esconde a verdadeira escola do ténis.
Veterano português sonha com as meias-finais
Para Fred, a vitória abriu a porta do
quarto de final de um Challenger pela quarta vez em 2025. A próxima paragem
será o duelo ibérico contra David Jorda Sanchis, espanhol de 31 anos que,
apesar de estar atualmente no 443.º lugar do ‘ranking’, já foi top-300 mundial
antes de uma paragem prolongada devido à lesão.
Sanchis mostrou resiliência ao
ultrapassar Mika Brunold em três ‘sets’ (6-3, 3-6 e 6-4). Para Silva, será um
teste exigente, em que a consistência e a capacidade de resistir nos momentos de
maior pressão poderão ser decisivas.
CT Porto Cup: palco de histórias e renascimentos
A CT Porto Cup, com o Douro como pano
de fundo e o verde das árvores a cercar o Court Central, tem sido cenário de
histórias pequenas que se inscrevem na grande narrativa do ténis português. Kiko,
que já carregou o peso das expectativas de “fenómeno” juvenil, encontra aqui
mais uma oportunidade de mostrar que a sua carreira é feita de resiliência.
Se chegar às meias-finais, alcançará
um marco inédito em 2025, dando mais consistência a uma temporada de altos e
baixos, onde a experiência continua a ser o farol que guia os seus passos.
Enquanto isso, Torres levará para
casa a recordação de uma semana especial, marcada por aprendizagens valiosas.
Porque o ténis, mais do que vitórias e derrotas, é também uma longa caminhada
onde cada jogo deixa cicatrizes, mas também sementes.
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