Frederico Silva: entre o Douro e a terra batida

 🖋️Por: António Vieira Pacheco

📸 Créditos: Federação Portuguesa de Ténis

⏱️ Tempo de leitura: 3 minutos
Caldense diz adeus a Sófia, e olá Porto.
Frederico Silva travou nos quartos de final em Sófia, na Bulgária.

💡 Sabia que

Em 2020, já somava novos títulos ITF, apenas meses após regressar aos courts?

Frederico Silva ultrapassou a marca de 250 vitórias profissionais em singulares?

 Porto de Abrigo, na próxima semana

O Porto, cidade de granito e maresia, ergue-se como um cenário onde o ténis encontra o seu eco mais profundo. Ruas estreitas, azulejos azuis e a imponência do Douro moldam uma paisagem de resistência e beleza — qualidades que também definem Frederico Silva, canhoto das Caldas da Rainha, hoje um dos rostos mais experientes do ténis português.

Em Sófia, no Challenger 75, o português de 30 anos voltou a provar a sua fibra competitiva. Chegou aos quartos de final pela terceira vez em torneios desta categoria em 2025, mas não resistiu ao russo Marat Sharipov (276.º ATP). Foi uma batalha em três atos, escrita na terra batida búlgara: 6-3, 5-7 e 6-1.

Como o Douro que avança firme entre margens de pedra, Frederico resistiu, encontrou forças para virar um ‘set’, mas viu a corrente levar-lhe o sonho das meias-finais do ano. Ainda assim, cada ponto foi uma pedra colocada no caminho, uma prova de que a sua carreira se constrói com resiliência. 

Agora, ruma ao Clube de Ténis do Porto, palco da próxima jornada, onde procurará transformar a frustração em combustível competitivo.

🌟 Curiosidades

O seu ADN é de terra batida. Embora competidor em todas as superfícies, o seu ténis floresce verdadeiramente na terra batida, onde constrói pontos com paciência.

💡 Sabia que

Mais de 70% das vitórias da sua carreira foram alcançadas em torneios disputados em terra batida?

Ao longo de mais de uma década no circuito, manteve-se como presença assídua entre os principais nomes portugueses.

💡 Sabia que

Frederico já representou Portugal na Taça Davis, defendendo as cores nacionais em encontros decisivos?

Porto: metáforas de uma carreira

O Porto não é apenas o próximo palco competitivo; é também uma metáfora para a vida de Frederico. A cidade é feita de granito e de mar, de esforço e de poesia — como a sua carreira. 

Tal como as pontes do Douro, que ligam margens distintas, o percurso de Frederico une juventude promissora e maturidade competitiva.

Cada pancada da sua raquete parece ecoar como os sinos da Torre dos Clérigos: firme, persistente, mesmo quando o resultado não acompanha a vontade. 

Nos corredores do Clube de Ténis do Porto, o ambiente será de expectativa: o público português espera que este veterano da raquete, forjado em batalhas, volte a oferecer momentos de inspiração.

E se perder faz parte do caminho, no Porto a derrota nunca soa como um fim. O Douro ensina que a vida é feita de correntes, que o mar não se alcança sem antes enfrentar curvas e quedas. Para o natural das Caldas da Rainha, cada torneio é um pedaço dessa travessia — e em cada vitória ou derrota, o ténis português encontra a sua narrativa de resistência.

🌟 Curiosidades

O seu melhor ‘ranking’ mundial foi o 168.º ATP, alcançado em maio de 2021.

💡 Sabia que

 Nesse mesmo ano disputou o Austrália Open, marcando presença no quadro principal de um Grand Slam?

Viajou pelo mundo desde jovem, competindo em torneios ITF e juniores, onde enfrentou talentos que hoje brilham no top 50 ATP.

💡 Sabia que

Enfrentou nomes como Borna Coric e Lucas Pouille ainda no circuito juvenil?

Símbolo de perseverança

Com 30 anos, Frederico já não é a promessa juvenil que brilhou na Austrália, mas sim um exemplo de perseverança. Não desistir perante lesões, lutar contra ‘rankings’ adversos, regressar sempre, mesmo quando a maré não ajuda: eis a marca dos verdadeiros atletas.

No Clube de Ténis do Porto, terá a oportunidade de escrever uma nova página. Talvez não seja a mais brilhante da carreira, mas cada torneio é um traço no mural maior do ténis português — um mural onde Frederico Silva já garantiu o seu lugar.

Curiosidades

O seu estilo de jogo é canhoto. Utiliza muito o ‘top’ ‘spin’ pesado e consistência no fundo do court.

💡 Sabia que…

 Esse estilo, aliado à paciência, faz dele um adversário difícil em encontros longos?

Em 2019, uma cirurgia ao cotovelo ameaçou o seu percurso, mas a sua determinação levou-o de volta ao circuito num piscar de olhos.

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