Tiago Pereira vence e emociona-se: “Tem tudo para ser o mais especial”

 

Créditos: Constança Correia. Campeão!

No tapete ventoso da Figueira da Foz, onde o ténis se joga com alma e o Atlântico sussurra nas margens, Tiago Pereira viveu o momento pelo qual tantos atletas lutam em silêncio: a conquista da sua primeira final no circuito ITF. Uma vitória com sabor de recomeço, de justiça poética, de sonho que por fim deixa de escorregar entre os dedos.

É inacreditável. Tem sido uma batalha em todas as finais. Não tem caído para o meu lado, apesar de dar o máximo em todas, e estou extremamente feliz por a primeira que cai para o meu lado ter sido neste sítio. Ainda por mais ao ser a primeira edição. Tem tudo para ser o mais especial que existe para mim”, afirmou Tiago no rescaldo da vitória.

Palavras ditas com a respiração ainda acelerada, mas com o coração em paz. Porque vencer é sempre especial, mas vencer em casa, com o público a empurrar cada ponto, é uma bênção rara no desporto.

O melhor ITF da sua carreira — e não só pela vitória

Durante a cerimónia de encerramento, o número seis nacional não hesitou:

O Figueira da Foz International Men’s Open é o melhor ITF que já joguei.”

Não foi só o troféu. Foi o vento cúmplice, as bancadas cheias, os aplausos sentidos. Foi sentir que o ténis, em Portugal, também pode emocionar multidões — e ser palco de capítulos maiores.

Tiago somou o 39.º triunfo da temporada com uma exibição sólida contra um adversário em grande forma, vindo da Ferrero Tennis Academy, na Flórida. O oponente chegou à final com somente nove jogos perdidos ao longo do torneio, mas o português revelou outra resistência.

Este é um dos melhores encontros que já joguei. Tinha noção que o vento era capaz de me favorecer porque ele joga muito agressivo e com tão pouca margem. Apresentei um excelente nível e mesmo se ele tivesse jogado tão bem como jogou o resto da semana conseguia ter caído para o meu lado.”

Sem ceder um único serviço, Tiago anulou cinco break points ao longo da partida — mostrando não só um saque eficiente, mas também uma maturidade tática rara em momentos de pressão.

Com um jogo de pés leve e uma leitura perfeita da dinâmica do adversário, Tiago resistiu aos ataques ferozes vindos do outro lado da rede. A sua postura em campo foi de um veterano que já aprendeu a sofrer. E que agora sabe, finalmente, como vencer um ITF desta categoria.

Este não é apenas mais um troféu. É um símbolo de resistência. De finais anteriores que caíram para o lado errado. De um atleta que não desistiu e que, no palco certo, com a atmosfera certa, deu tudo — e venceu.

 


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