Paula Cristina: a presença silenciosa que faz o ténis de mesa girar no Porto
🖋️Por: António Vieira Pacheco
📸 Créditos: Alberto Ferraz
⏱️ Tempo de leitura: 3 minutos
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| Paula, à esquerda, concentrada no seu trabalho no Torneio Cidade do Porto. |
Paula, o coração invisível do ténis de mesa no Porto
No ténis de mesa, há quem brilhe nos
pontos decisivos e quem grite de alegria após uma vitória. Mas existem também
aqueles que nunca empunham uma raquete, que não sobem a pódios, e que, mesmo
longe dos holofotes, são absolutamente indispensáveis.
Paula Cristina Oliveira é uma dessas
figuras. Ou melhor: é como o granito que sustenta o casario do Porto — sólida,
firme, discreta e essencial.
Há mais de 30 anos, é a força
administrativa da Associação de Ténis de Mesa do Porto (ATMP). Para muitos, é
simplesmente a Paula ou Paulinha. Também representa a associação como vendedora
de material desportivo, ajudando a equipar atletas que, muitas vezes, nem
imaginam quem organizou tudo nos bastidores.
Na vida de qualquer associação, há um fio invisível que une calendários, inscrições, resultados, correios eletrónicos urgentes, chamadas noturnas e pedidos de última hora.
Paula é esse fio — como o Douro que liga margens, ela une todas as pontas com paciência e rigor.
Mesmo em casa, fora do expediente,
continua presente. Secretária da ATMP, é também bússola e apoio para clubes,
árbitros, dirigentes, atletas e pais. Discreta, mas incansável, atravessou
gerações. Esteve nos grandes campeonatos e nos torneios pequenos, em
pavilhões frios, onde só a paixão pelo desporto aquece o ambiente.
Se há ténis de mesa no Porto, é
provável que ela tenha estado envolvida.
Nunca recebeu prémios ou homenagens.
E, como ela própria diz:
“Não gosto de fotografias, nem de
aparecer. Sou profissional e faço somente o meu trabalho”, sublinhou em exclusivo ao Entrar no Mundo das Modalidades.
Prefere os bastidores, onde o trabalho é feito em silêncio, sem necessidade de palco. Para quem a conhece, o seu nome é sinónimo de confiança, eficiência e humanidade.
A teia de pequenas, grandes tarefas
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| Paula (à esquerda), a trabalhadora incansável. |
É daquelas pessoas que sustentam o
desporto com entrega genuína, prontidão e competência. Ouve com paciência,
resolve com agilidade e está sempre onde é preciso — como uma ponte que liga
margens diferentes, sem nunca ser o centro das atenções.
Voz amiga, mão firme
Ao longo das décadas, clubes,
direções e atletas passaram pela ATMP. Paula permaneceu: conselheira dos mais
novos, apoio firme para os mais distraídos, presença certa para todos.
Dirigentes recordam-lhe a memória infalível. Árbitros, o rigor. Atletas — hoje adultos — lembram-se de como explicava tudo com paciência, mesmo quando o tempo apertava e a tensão crescia.
A engrenagem silenciosa
Na sede da associação, na Casa do
Desporto, entre estantes cheios de pastas e um computador que viu passar
gerações, Paula é o eixo de uma engrenagem vital.
Passaram dezenas de dirigentes,
centenas de atletas e muitos clubes se reorganizaram. Mas ela continuou —
sempre com a mesma seriedade, com o mesmo cuidado, como um farol no nevoeiro:
firme, silencioso e necessário.
O aplauso que falta
É legítimo perguntar: como é possível
que, após tanto tempo de dedicação, Paula nunca tenha recebido sequer uma
homenagem simbólica?
Não se trata de vaidade — que ela
nunca procurou — mas de justiça. Porque valorizar o que se faz nos bastidores é
também proteger o que mantém o desporto vivo.
Talvez esteja na hora de inverter os
papéis. De olhar para quem nunca solicitou destaque, mas que sempre fez tudo
acontecer. Paula é uma dessas figuras. E, mesmo que recusasse a fotografia do
momento, merece que ele aconteça.
A nova Direção da ATMP tem nas mãos
essa oportunidade.
Conhece alguém assim no seu clube ou
na sua associação? Que merece um aplauso silencioso? Escreva-nos — queremos dar
voz a quem nunca a pediu.
Partilhe este artigo com quem a conhece — ou com quem também merecia uma homenagem que ainda não chegou?
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a Paula — ou com quem também merecia uma homenagem que ainda
não chegou.
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