Tiago Pereira volta a tocar o título… mas a taça escapa outra vez
Por António Vieira Pacheco
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Créditos: FPT. Algarvio falhou, mais uma vez, no momento decisivo. Contudo, desempenho bom. |
Um jogo que fugiu por entre os dedos
Tiago Pereira volta a sair com o brilho de quem convence, mas também com o vazio de quem ainda não venceu.
Em Monastir, na
Tunísia, o jovem português de 20 anos assinou mais uma excelente semana no
circuito ITF — e somou a quinta final da temporada de 2025, a terceira
consecutiva.
Mas o desfecho, uma vez mais, não trouxe o ouro.
Um resultado que esconde os pequenos grandes momentos em que o português esteve por cima: teve break de vantagem no primeiro ‘set’, break points para igualar a 5-5 no segundo, e um ténis suficientemente maduro para fazer sonhar.
Mas o ténis é jogo de margens finas e
decisões cruas. E as finais, mais ainda.
Vice-campeão por talento, não por azar
É errado dizer que lhe falta sorte. O
que se nota é consistência, vontade e qualidade. Duas presenças em finais
na Croácia e agora este em Monastir — sempre com vitórias sólidas em fases
anteriores, sempre com argumentos técnicos que saltam à vista.
O que falta, talvez, seja o clique emocional de quem já sabe como é ganhar
quando mais importa. Uma espécie de vício do troféu que ainda não lhe chegou.
Mas não é raro que os grandes
jogadores precisem de perder várias finais antes de encontrar a chave certa.
Com somente 20 anos, Tiago Pereira já é top 400 mundial, e o seu percurso
está longe de ser uma repetição vazia. Está, sim, a ser construído como se
forjasse uma espada: batido, moldado e reforçado — até ficar pronto para
cortar.
Um futuro em fase de aquecimento
É fácil cair na armadilha do
imediatismo. Pereira ainda não venceu um M25, sim. Mas já venceu mais do que
isso: venceu o respeito do circuito, o lugar no ‘ranking’, a regularidade
que muitos procuram por anos e não encontram.
Na Tunísia, foi vice-campeão com
mérito. E, talvez, o que lhe falta agora não seja o talento — mas o tempo
certo. O tempo em que o corpo, a mente e o momento se encontram num mesmo
instante.
Esse dia está perto. E quando chegar,
poucos se surpreenderão.
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