A prenda indesejada para Freitas
Por António Vieira Pacheco
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Créditos: FPTM. Madeirense eliminados nos oitavos de final. |
No seu 37.º aniversário, Marcos
Freitas recebeu uma prenda amarga que atravessou o peito como um veneno
silencioso. Na República Checa, no palco do WTT ‘Feeder’ Havirov, onde a
esperança, como a raiva do ferro quente, se alicerça no sonho de uma vitória distante,
o português viu-se frente a frente com o impiedoso Kay Stumper, da Alemanha.
Nos oitavos de final da competição, o seu jogo, que deveria ser um grito de
celebração, transformou-se numa sinfonia de derrotas.
O que poderia ter sido o rebento de
uma nova conquista, desabrochou-se na cinza do impossível. Perdeu por 0-3, com
os parciais a refletirem a frieza da eliminação: 5-11, 6-11 e 7-11, onde cada
‘set’ parecia ser mais um eco de desilusão que se espalhava pelo espaço da
mesa. A sua espada de raqueta, que tantas vezes cortou a resistência oponente,
parecia mais um ramo partido, sem força para desviar o vento contrário.
O seu aniversário, que deveria ter
sido celebrado com o calor de uma vitória, acabou por ser marcado pela frieza
de uma eliminação nos oitavos de final. No entanto, como o próprio desporto nos
ensina, cada derrota carrega consigo uma lição, uma semente que, se bem regada,
poderá florescer em momentos de mais glória. A derrota de hoje, amarga como o
elixir de um vinho envelhecido, pode ser o impulso para a reviravolta de
amanhã.
O futuro, sempre imprevisível, oferece a promessa de novas batalhas. E quem sabe? Talvez, na próxima competição, seja ele a dar o golpe final, com mais força, mais experiência e, certamente, mais vontade.
Porque, como tudo na vida, o ciclo da derrota não dura para sempre, e a vitória, quando chega, sabe melhor.
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