Um quilo de algodão não é igual a um de ouro

Por António Vieira Pacheco 
 

Portugal conta com uma impressionante armada de 25 tenistas a somar pontos ATP, excluindo João Sousa, que já se retirou do circuito profissional. Este número, considerável, reflete a crescente realização de torneios internacionais pelo território lusitano, o que é uma grande conquista para o desporto.

Na geração de Manuel Sousa, José Manuel Cordeiro e Pedro Cordeiro, para conseguir um ponto ATP era uma tarefa bastante árdua. A exigência era elevada, e os portugueses tinham que superar desafios imensos para se destacarem e chegarem ao ‘ranking’ mundial. O acesso aos pontos era limitado e muitas vezes dependia de um percurso agreste. Nessa época havia, igualmente, poucos torneios e falta de dinheiro no ténis português.

Presentemente, as coisas mudaram consideravelmente. Com a proliferação de torneios da divisão mais baixa do circuito internacional, como as provas da ITF/ATP, as oportunidades para os portugueses aumentaram. Agora, basta vencer uma ronda no quadro principal de uma competição para conquistar um ponto ATP. Este novo sistema, mais acessível, permite que uma nova geração de atletas consiga marcar presença na hierarquia mundial com mais facilidade.  

Os “wild-cards” oferecidos pelas organizações desempenham também um papel fundamental para o alargamento dos portugueses nessa tabela. Tratou-se de uma oportunidade adicional para lutarem pelo tal ponto ATP.

Embora o esforço para alcançar o topo do mundial continue a ser significativo, a mudança nas estruturas de torneios, a evolução do circuito e existência de fundos na Federação Portuguesa de Ténis proporcionou mais oportunidades aos jogadores que dão os primeiros passos e também a jogadores ilustres. Gastão Elias e Frederico Silva viram-se na necessidade de voltar a competir a esse nível, sem sair do país, algo que era impensável há alguns anos. No entanto, é importante salientar que a chamada “geração de ouro” chegou ao Top 100 ao fazer este início de percurso. Porém, há uma exceção chamada João Sousa. O vimaranense principiou o seu trajeto em Espanha.

Isso demonstra como o ténis português cresce e com maior visibilidade no cenário internacional, algo que, antigamente, parecia um sonho.

 

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