Tiago Pereira avança com garra em Barletta
Por António Vieira Pacheco
![]() |
Créditos: FPT. A força do algarvio. |
Tiago Pereira (462.º do mundo)
iniciou com o pé direito a fase de qualificação do Challenger 75 de Barletta,
ao superar o transalpino Samuel Vincent Ruggeri, sexto cabeça de série e 341.º
do ‘ranking’ mundial, por 6-1 e 6-3, em uma hora e 15 minutos. O acesso ao
quadro principal será discutido diante de outro tenista italiano, Gianluca Candesso (462.º).
De regresso ao ATP Challenger, depois
de já ter competido em três torneios no Jamor em janeiro, o filho de Pedro
Pereira faz esta semana a sua terceira participação em provas desta categoria
fora de Portugal, após as experiências no verão passado em Pozoblanco e
Sevilha, em Espanha.
Pereira, de 20 anos, foi um dos portugueses
que melhor aproveitaram os seis torneios ITF que se disputou no Algarve no primeiro trimestre do ano e os recentes resultados permitiram-lhe somar pontos importantes para o
‘ranking’ e subir várias posições.
O jovem algarvio está na fina
linha entre a promessa e a certeza. Com um potencial que floresce a cada
encontro, pressente-se no horizonte a sua entrada no restrito lote dos 300
melhores do mundo. Finalista do ITF M25 de Faro e ainda em Vale do Lobo, Pereira,
filho de um ex: tenista, ainda persegue o primeiro troféu da carreira, mas cada
pancada certeira, cada ponto conquistado, é um degrau subido no ‘ranking’. O
seu percurso, desenhado com garra e ambição, traduz-se numa ascensão firme,
impulsionada pela confiança de quem sabe que o grande momento está prestes a
chegar.
Pereira sempre encontrou inspiração nos
gestos sublimes de Roger Federer. Desde os primeiros tempos, via e revia vídeos
do mestre suíço, estudava-lhe os movimentos, tentava absorver a arte escondida
em cada pancada. O vólei fluía-lhe nos olhos antes de tocar na raqueta, o slice
desenhava trajetórias que desafiavam a gravidade, e a direita, sempre elegante,
parecia carregar o peso de uma lição silenciosa.
![]() |
Créditos: FPT. Algarvio em ação. |
No campo, imitava-o sem reservas,
como se a perfeição pudesse ser aprendida pelo simples ato de a contemplar. Mas
com o tempo, percebeu que a verdadeira inspiração não estava em ser uma cópia
fiel, mas em transformar a admiração numa versão sua, única e inimitável.
Federer era mais do que um modelo — era um farol, uma referência que o guiava
na busca pelo seu próprio jogo, pela sua própria marca no ténis.
Motiva-se também com o percurso dos
contemporâneos Jaime Faria e Henrique Rocha, que trilham o seu
caminho com determinação e talento. Vê neles a prova de que o sonho não é
inalcançável, que o sucesso nasce da persistência, do trabalho incansável e da
vontade de deixar a sua marca. Entre a inspiração do passado e os exemplos do
presente, Pereira constrói, dia após dia, o seu próprio legado.
Comentários
Enviar um comentário
Críticas construtivas e envio de notícias.